São Paulo, quinta-feira, 4 de julho de 1996 |
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Aliens atacam em 'Independence'
PATRICIA DECIA
O filme de Roland Emmerick (de "Stargate") escancara o paranóia da moda nos EUA e transforma uma invasão alienígena que pretende destruir a Terra na oportunidade para tornar o 4 de julho, data comemorativa da independência norte-americana, no dia da salvação da humanidade. A ação começa em 2 de julho (por isso a estréia, que havia sido programada inicialmente para hoje, foi antecipada em dois dias), num futuro próximo, quando os ETs se posicionam sobre vários monumentos, entre eles a Casa Branca, o Empire State Building e o centro de Los Angeles. No dia 3, a humanidade já está à beira do apocalipse -cidades destruídas, milhões de mortos e multidões em fuga para lugar nenhum. Nesse cenário, o filme encontra quatro heróis, um para cada gosto. O principal é Jeff Goldblum ("A Mosca" e "Parque dos Dinossauros"), um cientista nerd e politicamente correto, cujas armas são um laptop e seus conhecimentos sobre telecomunicações. O segundo é presidente dos Estados Unidos, interpretado por Bill Pullman ("Enquanto Você Dormia"), mostrado como jovem, preocupado acima de tudo em poupar o maior número de vidas. Há ainda Will Smith ("Bad Boys"), o capitão da aeronáutica irreverente e corajoso, no estilo "Duro de Matar". Por fim, Randy Quaid, bêbado perdedor que se transforma em herói suicida. Nessa apologia ao governo e às instituições norte-americanas, a única desprestigiada é a CIA, que aparece culpada por todas suas ações secretas, desconhecidas até pelo todo-poderoso presidente. A Nasa também está em baixa. Nenhum de seus cientistas aparece. A única menção ao programa espacial está na cena de abertura, quando as marcas deixadas pelo homem na Lua são cobertas pela sombra da nave alienígena. O co-roteirista, Devlin Emmerick, disse à imprensa que é impossível negar que seu filme é "bastante óbvio". Mas "Independence Day" ganhou a capa das principais revistas semanais dos EUA, "Time" e "Newsweek". O diretor Steven Spielberg declarou que o filme, que teve orçamento de US$ 71 milhões, deve arrecadar perto de US$ 300 milhões. Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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