São Paulo, segunda-feira, 8 de julho de 1996
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Apuração causa prejuízo a empresas de PC

XICO SÁ; ARI CIPOLA
DO ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ E DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

As investigações sobre o assassinato de PC Farias começaram a provocar prejuízos nos negócios deixados pelo empresário.
A falta do laudo definitivo sobre a morte impede que a família oficialize o nome do deputado federal Augusto Farias (PPB-AL) como tutor dos herdeiros de PC, os filhos Ingrid, 16, e Paulo, 14.
As apurações se arrastam desde o último dia 23, quando PC e sua namorada Suzana Marcolino foram encontrados mortos.
Na semana passada, funcionários da Tratoral Importados, principal empresa de PC em Maceió, enfrentavam dificuldades para resolver problemas bancários e realizar transações comerciais.
"O pessoal me ligou desesperado com a situação", contou o advogado Nabor Bulhões, que defende a família Farias. "Eles precisavam da assinatura do Paulo (PC) ou do tutor dos herdeiros."
Além da Tratoral, outra empresa de PC, a Florag, que explora a venda de coco, passa pela mesma situação. A família não tem uma avaliação do total dos prejuízos.
Só a Blumare (revendedora da Fiat) está livre do problema. A firma está em nome dos irmãos de PC Luiz Romero e Carlos Gilberto.
Inventário
Os advogados e contadores dos Farias também não puderam fazer o inventário dos bens, por conta da falta do laudo final.
PC não deixou testamento, segundo os advogados, mas fez uma lista de recomendações aos parentes que está em poder de Augusto, escolhido pelo irmão como responsável pela tutela dos herdeiros.
Uma lista anterior havia sido feita quando o ex-tesoureiro decidiu fugir do país para evitar a prisão. PC temia ser assassinado.
As recomendações deixadas incluem negócios pendentes em relação à Tratoral e detalhes sobre honorários de seus advogados.
Os herdeiros Paulo e Ingrid têm sido informados sobre os negócios deixados pelo pai em encontros com Nabor Bulhões e Augusto.
Nas reuniões, os filhos de PC comunicaram que não voltarão a estudar na Suíça, onde estavam até a véspera do crime. Ficam em Alagoas e terão aulas, até o final do ano, com professores particulares.
(XICO SÁ e ARI CIPOLA)

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