São Paulo, segunda-feira, 8 de julho de 1996 |
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Evento celebra descobrimento do Brasil
JAIR RATNER
Estão previstos 13 congressos e seminários, 23 exposições e a recuperação dos arquivos existentes em Portugal e no Brasil -com sua microfilmagem -entre outras atividades. A publicação da carta de Pero Vaz Caminha em jornais de grande circulação dos dois países também está prevista. "Só no ano de 1998, com a Exposição Universal de Lisboa e os 500 anos da viagem de Vasco da Gama para a Índia haverá menos atividades", conta o historiador Antônio Hespanha, responsável pela Comissão para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses. Segundo Hespanha, a programação não está fechada e poderão surgir novas atividades. "O importante é criar uma dinâmica da comemoração na sociedade", afirma. Em setembro, vão ocorrer três atividades, todas no Brasil: um curso sobre arte, no Rio de Janeiro, um colóquio sobre história da arte, em Pernambuco, e conferências em Natal, Belém, São Luís e João Pessoa sobre João de Barros, um escritor português da época dos descobrimentos. Entre as exposições, a que deverá atrair mais público será a da ouriversaria luso-brasileira. Com jóias e objetos originais, está prevista para 1999. Uma das exposições mais importantes terá como título "Arte Portuguesa de 1500", que será realizada no ano 2000, no Brasil. Vão estar presentes quadros e esculturas dos mais importantes artistas portugueses da época, que são pouco conhecidos, como Gregório Lopes e Cristóvão de Figueiredo. "O Brasileiro" Outra exposição importante será chamada "O Brasileiro", em que será mostrado o resultado da imigração portuguesa para o Brasil. A maior parte dos imigrantes veio do norte de Portugal e muitos, quando voltaram, construíram casas com uma nova arquitetura e trouxeram costumes que modificaram a vida na região. A preocupação da Comissão dos Descobrimentos também vai para os livros de história. "Vamos constituir um grupo de trabalho para estudar os manuais escolares, porque muitos apresentam a história de uma forma enviezada ou passam por cima de muitos fatos", diz Hespanha. Entre os exemplos da história mal contada, Hespanha indica o papel centralizador atribuído ao império colonial português. Em sua ótica, isso não poderia ocorrer até por um motivo singelo: uma carta costumava levar até três meses para atravessar o Atlântico. Filme Hespanha também quer produzir um filme até o ano 2000. O tema do filme deverá ser a vida do padre Antônio Vieira, a principal figura da literatura barroca de língua portuguesa. O problema é o orçamento. "Ele é de 6,5 milhões de dólares por ano e isso inclui pesquisa, exposições e todas as outras atividades", afirma Hespanha. Dois programas de televisão também vão ser produzidos. Texto Anterior: Cara feia; Tempo; Sem Resposta Próximo Texto: Montreux começa com 'world music' e fusão Índice |
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