São Paulo, segunda-feira, 8 de julho de 1996
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Computador ajuda a prevenir crimes

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Instituições públicas e privadas de segurança estão se tornando um mercado bastante atraente para empresas de informática que têm produtos nessa área.
Com o fim da Guerra Fria e a consequente queda dos investimentos militares norte-americanos, várias tecnologias utilizadas para fins bélicos acabaram sendo adaptadas para o uso civil.
Entre essas tecnologias está a localização automática de veículos (AVL), que era utilizada pelo comando de tropas militares.
Hoje, a AVL é a base de sofisticados programas para controle de frotas de viaturas policiais, ambulâncias ou carros de bombeiros.
A tecnologia permite que uma central de operações localize em um mapa eletrônico a posição exata de todos os veículos de sua frota em determinado momento.
Geoposicionamento
O sistema pode utilizar informações de geoposicionamento (GPS) por ondas de rádio ou satélite.
Empresas como IBM, Motorola e Intergraph têm produtos do gênero sendo comercializados nos EUA e agora estão tentando implantar seus sistemas no Brasil.
Uma das instituições que mais tem recebido propostas dessas empresas é o Copom, Comando de Policiamento Metropolitano de São Paulo, responsável pelo atendimento das chamadas da linha 190.
"O Copom é considerado um centro irradiador de tecnologia de segurança no Brasil", afirma o major Cid Rocha.
"O sistema que implantamos em conjunto com a IBM para atendimento de chamadas e despacho de viaturas serve hoje de exemplo para corporações militares e civis em todo o país."
Nos próximos três anos, a PM de São Paulo deverá investir cerca de US$ 64 milhões na modernização de seu sistema informatizado de atendimento.
Cliente-servidor
O Copom está trocando sua arquitetura baseada em computador central e terminais "burros" (sem capacidade de processamento) para uma base mais moderna, com micros 486 e servidores.
Em um estágio futuro, será adquirido um mapa digital da região metropolitana de São Paulo. Mais da metade das 800 viaturas controladas pelo sistema será equipada com computadores de bordo.
"Temos clara a noção de que não é possível fazer polícia sem tecnologia", diz Rocha. "Com esses investimentos, pretendemos reduzir drasticamente o tempo de resposta às ocorrências."
"Além disso, teremos condições de cruzar os dados que obtemos com nossas quase 500 mil chamadas mensais, coisa que não temos como fazer com o sistema atual."
Segundo Rocha, a mudança de arquitetura permitirá ao Copom elaborar estatísticas por região da cidade, que "ajudarão a prevenir o crime com maior eficiência".
Outro projeto do Copom é descentralizar o controle das viaturas dos 17 batalhões existentes na cidade de São Paulo.
Serão criadas cinco centrais de operação, cada uma responsável por uma região de São Paulo.
"A idéia é fazer com que o controle das viaturas fique mais próximo ao comandante das operações", diz Rocha.

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