São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996
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Ações da Telebrás movimentam a Bolsa

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O telefone, meio que conduz todas as transações relevantes nas Bolsas de Valores, tornou-se o próprio astro desse mercado bilionário. Todos o utilizam para falar dele mesmo -ou melhor, de sua "mãe", a Telebrás, e das subsidiárias estaduais de telefonia.
Ontem, as ações da Telebrás voltaram a liderar a valorização na Bovespa. As preferenciais da estatal federal subiram 3,7%, para R$ 78,50 o lote de mil ações. As ordinárias (ações com direito a voto) também tiveram alta de 3,7%, para R$ 69,50. Acima delas, a maior valorização foi a da Telesp PN, que subiu 3,9%, para R$ 223,50.
Foram as três maiores altas do Ibovespa (índice das ações mais negociadas), que fechou 2,35% mais robusto a 64.879 pontos.
Os papéis da Telebrás responderam por 77,9% dos negócios na Bolsa paulista, de 651,4 milhões. No Rio, a Bolsa subiu 0,82% (Isenn), com volume negociado de R$ 85,5 milhões.
As atenções voltaram-se mais ainda para o setor de telefones devido às perspectivas de resultados futuros e ao melhor desempenho das empresas nos últimos meses.
Somente nos primeiros cinco meses do ano, a Telebrás lucrou R$ 1,15 bilhão, mais que os R$ 810 milhões obtidos em 1995.
Elevaram as receitas da "holding" telefônica federal o reajuste nas tarifas e o fim de alguns subsídios tarifários no final do ano passado. Também aumentaram as ligações interurbanas e internacionais após o Plano Real.
Junte-se a tudo isso as perspectivas de privatização e das concessões dos serviços de telefonia celular, e pronto. Tem-se a receita do sucesso desses papéis nas Bolsas de Valores. Sucesso, diga-se, que não é pequeno: desde março de 1995, o valor de mercado da Telebrás pulou de R$ 8 bilhões para R$ 24 bilhões.
Mas as ações da Telebrás, segundo os analistas, ainda estão baratas. Embora tenham batido no pico recorde de US$ 78,89 (R$ 79,30) ontem, as preferenciais da companhia estão longe de seu potencial estimado: US$ 100,00 até dezembro, segundo a corretora japonesa Nomura. Para a norte-americana Merrill Lynch, em 12 meses o papel pode bater nos US$ 110,00.
A Merrill Lynch enviou a milhares de clientes, na segunda-feira, um relatório recomendando a compra das ações da Telebrás.

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