São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996
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Custos explicam impasse

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A polêmica no setor da laranja passa por custos e produtividade. Com o fim do contrato-padrão para o setor, em 1995, as indústrias deixaram de arcar com o custo da colheita, que passou para o produtor.
Pelo contrato-padrão, o preço pago baseava-se na cotação da Bolsa de Nova York, descontados alguns encargos. Os produtores de laranja denunciaram esse contrato.
Segundo Sílvia Toledo Arruda, pesquisadora do IEA (Instituto de Economia Agrícola), o custo médio da caixa de laranja de 40,8 quilos é de R$ 1,40 no Estado de São Paulo.
Já o custo da colheita, dependendo da distância entre pomar e indústria, varia de R$ 0,60 a R$ 0,80 por caixa. O custo médio por caixa no Estado, portanto, supera R$ 2,00. Os produtores recebem R$ 1,80.
Sílvia alerta que esses valores são apenas "uma média". Produtores que têm maior adensamento de pés de laranja por hectare, e próximos das indústrias de suco, conseguem preços satisfatórios para sua safra.
"Se a indústria tem ou não condições de pagar o preço do custo é outro problema", afirma a pesquisadora. Na opinião de Sílvia, a tendência é os produtores reduzirem custos. Muitos ainda não conseguiram após o fim do contrato-padrão.
O presidente da Abecitrus, Ademerval Garcia, concorda com parte dos dados do IEA, mas afirma que o preço de R$ 1,80 por caixa é o mínimo.
Para a técnica do IEA, acabaram os períodos de explosão de preços, quando a indústria chegou a pagar US$ 3,74 por caixa, como na safra 88/89, pois a oferta mundial cresceu e está mais estável.

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