São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996 |
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Nos EUA, 'Bibi' evita fazer concessões
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Após duas horas e meia de reunião com Clinton, "Bibi" deixou claro que não pretende se reunir em breve com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, nem relaxar as restrições à entrada em Israel de palestinos da Cisjordânia e de Gaza. Clinton contava com esses dois gestos de boa vontade para diminuir as diferenças que o separam do chefe de governo de Israel. Netanyahu ainda deixou aberta a possibilidade de novas comunidades judaicas serem estabelecidas em territórios árabes ocupados por Israel, iniciativa que tem a oposição ostensiva dos EUA. Embora não tenham feito esforço para disfarçar suas discordâncias, Clinton e Netanyahu demonstraram cordialidade recíproca, pelo menos em público. O premiê safou o presidente de momento embaraçoso em entrevista coletiva, quando um jornalista perguntou a Clinton como ele explicara a Netanyahu seu apoio a Shimon Peres: "Não discutimos o resultado eleitoral", disse ele, enquanto Clinton dizia que " algumas coisas não se explicam". Clinton, 49, e Netanyahu, 46, são os primeiros líderes de sua geração nos EUA e em Israel. O primeiro-ministro se educou nos Estados Unidos e introduziu na política israelense métodos das campanhas eleitorais norte-americanas. Apesar de delicadas admoestações ("não se pode lutar contra a maré da história; fazer voltar o relógio no Oriente Médio seria um grave erro"), Clinton reafirmou que nada abalará o compromisso do governo dos EUA com a segurança de Israel, que "permanece firme como uma rocha". Clinton enfrenta as eleições presidenciais em novembro, e a comunidade judaica tem importante peso eleitoral no país. Netanyahu disse que só permitirá que Israel volte a negociar com a Síria quando estiver certo de que aquele país deixou de apoiar o terrorismo. Sobre Arafat, afirmou que o encontrará "quando for do interesse de Israel". As restrições à entrada de palestinos em Israel serão retiradas "quando as condições de segurança permitirem". O premiê entregou a Clinton lista de supostas violações pelos palestinos dos acordos de paz firmados na Casa Branca e alertou Arafat: "Não use o terrorismo como instrumento político". Netanyahu fala hoje ao Congresso dos EUA e segue depois para Nova York, onde buscará investimentos para seu país. Texto Anterior: Mãe tratada com AZT corre menos risco de infectar bebê Próximo Texto: Palestinos ignoram intimação Índice |
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