São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996
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Mãe tratada com AZT corre menos risco de infectar bebê

JAIRO BOUER
ENVIADO ESPECIAL A VANCOUVER

O risco de transmissão do vírus HIV da mãe para o filho durante a gestação pode ser reduzido para níveis inferiores a 2% com os novos tratamentos disponíveis.
A afirmação foi feita na 11ª Conferência Internacional de Aids, em Vancouver (Canadá), por Yvonne Bryson, uma das maiores especialistas na área de Aids pediátrica.
A infectologista trabalha na Universidade da Califórnia em Los Angeles e no Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC).
Um extenso estudo com gestantes contaminadas, realizado em 1994, demonstrou que o medicamento AZT reduzia em 67% o risco de infecção da criança logo antes e depois do parto.
O AZT começava a ser fornecido para essas mães a partir da 16ª semana de gestação e era mantido por seis semanas depois do parto.
Bryson demonstrou que existe uma relação entre carga viral e risco de transmissão do HIV para o feto. Na teoria, reduzindo a carga viral, o risco de transmissão. Contagem baixa de células de defesa do organismo da mãe, problemas durante a gestação (rompimento prematuro da bolsa) e outras infecções no canal de parto também aumentam o risco da transmissão.
A taxa de transmissão do vírus da mãe para o filho em mulheres não-tratadas varia de 13%, na Europa, a 25%, na África.
Ainda não há evidências de que o parto cesariano seja mais seguro do que o parto normal.
Bryson acredita que na próxima Conferência Internacional da Aids, em 1998, em Genebra (Suíça), especialistas terão os instrumentos para prevenir totalmente a infecção perinatal e criar uma geração de crianças sem o HIV.
Novas drogas, como a nevirapina, que atravessa facilmente a placenta, e combinações de antivirais (inclusive os inibidores da protease), estão sendo testadas pelos pesquisadores.

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