São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
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USP de Bauru adota sistema de rádio FM para alunos surdos

LUIZ MALAVOLTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

Vinte e cinco estudantes de Bauru (345 km a noroeste de SP) com surdez estão usando um sistema de rádio FM (Frequência Modulada) para assistir às aulas.
O aparelho, que é menor do que um walkman, consiste em um rádiorreceptor de ondas de frequência modulada e um microfone.
O sistema permite ao surdo escutar uma pessoa falando a uma distância de até 50 metros. Para isso, a pessoa precisa usar um microfone de lapela com um rádiotransmissor.
Os equipamentos são produzidos nos Estados Unidos e foram importados pelo Centro de Distúrbios Auditivos, do Hospital de Reabilitação da USP.
Segundo a fonoaudióloga Maria Cecília Bevilacqua, o centro adquiriu da empresa Phonic Ear, da Califórnia, 120 desses aparelhos. Cada um custa entre R$ 800,00 e R$ 1.300,00.
"Esse equipamento, cujo uso iniciamos nesta semana, permitirá a pessoas portadoras de surdez escutar normalmente, entendendo o que o professor fala, sem ruídos ou interferências", afirmou.
Segundo ela, 23 crianças de pré-escola e 1º grau, um adolescente que está no 2º grau e uma aluna da faculdade de direito receberam o equipamento.
Sem custos
A USP, segundo ela, cede o equipamento para uso dos estudantes sem qualquer custo e faz o acompanhamento dos casos e a manutenção dos equipamentos.
Bevilacqua afirmou que os aparelhos de surdez convencionais não permitem captar com clareza o que uma pessoa fala em distâncias além de um metro.
A fonoaudióloga afirmou que na Inglaterra e na Austrália já existem legislações específicas que tratam do uso de equipamento em sala de aula destinados a pessoas surdas.

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