São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
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Loyola diz que alíquota é alta e pode elevar preços

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, disse ontem que a alíquota de 0,20% da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é alta e que o imposto pode gerar aumento de preços.
"Esse imposto pode gerar um aumento de preços de uma vez por todas, não um processo permanente de inflação", disse o presidente do BC, que esteve ontem em São Paulo.
'Evidentemente alta'
Sobre a alíquota de 0,20%, ele afirmou que é "evidentemente alta". Mas disse que "quanto maior a inflação, mais as pessoas movimentam seus ativos financeiros e geram mais imposto. Quanto menor a inflação, mais difícil é taxar com esse imposto. O governo avaliou a necessidade de recursos."
Ele disse que a CPMF tem custos -desintermediação financeira e efeito cascata- e benefícios -traz verbas para a saúde. "O governo concluiu que os benefícios eram maiores do que os custos. Mas não significa que não seja uma medida que não tenha custos", disse.
Para Loyola, será necessário avaliar a regulamentação da CPMF para que "sua incidência não torne inviável certos tipos de operações".
Ele disse que a CPMF vai trazer mudanças no mercado financeiro, "nas rentabilidades relativas dos ativos", e que o BC terá de mudar as "estruturas das taxas."
"Teremos um prazo de 90 dias depois da aprovação final da taxa para agir de acordo com as necessidades, alterar as normas, prazos, compulsório e juros dos ativos", disse o presidente do BC.

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