São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
Próximo Texto | Índice

BCN e Itamarati anunciam fusão

DA REPORTAGEM LOCAL

O BCN e o Itamarati anunciam hoje a fusão das duas instituições. A marca Itamarati vai desaparecer e o BCN se transformará no sétimo maior banco do ranking nacional.
Esse é o sexto negócio de vulto no setor bancário desde o Plano Real.
O novo BCN terá ativo total de US$ 9,83 bilhões. Hoje, o BCN (Banco de Crédito Nacional) está em nono lugar, segundo a consultoria Austin Asis. O novo banco ficará atrás do Banco do Brasil, CEF, Bradesco, Unibanco, Itaú e Bamerindus; passará o Banrisul e o Real.
O banqueiro Pedro Conde preside o conselho de administração do BCN; o Itamarati é do empresário Olacyr de Moraes, conhecido como o "rei da soja".
Acredita-se que os dois teriam participação acionária proporcional no novo banco, o que daria o controle a Pedro Conde.
O negócio está sendo realizado com recursos próprios, segundo os comunicados divulgados ontem. Não seriam usados recursos do Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro).
Os bancos negaram negociações com uma terceira instituição, o que descarta, neste momento, fusão com o Bamerindus, do ex-ministro da Agricultura José Eduardo Andrade Vieira. No mercado financeiro, tem-se como certo que, numa segunda etapa, o Bamerindus também seria incorporado.
Segundo os comunicados, a união das instituições representará "uma grande sinergia que resultará em benefícios para os clientes e fortalecerá a capacidade de conquista de um novo posicionamento no concorrido mercado financeiro brasileiro".
O presidente do BC, Gustavo Loyola, disse, às 15h, que não havia sido informado oficialmente sobre a fusão e que desconhecia participação do Bamerindus. A fusão ainda terá de ser aprovada pelo BC.
Desde o Real, 12 bancos foram liquidados, seis instituições sofreram intervenção do BC e vários bancos foram incorporados.
O primeiro sinal de que o setor bancário enfrentava dificuldades foi dado em agosto do ano passado, quando foi anunciada a intervenção no Econômico.
Em janeiro, o banco acabou sendo comprado pelo Excel. O Proer, programa de auxílio aos bancos, liberou R$ 5,6 bilhões ao Excel para o processo de fusão.
Em novembro, o Nacional sofreu intervenção especial e transferiu as atividades bancárias ao Unibanco. A operação teve como objetivo apressar a incorporação do Nacional ao Unibanco. Foram usados R$ 5,9 bilhões do Proer.
A terceira união ocorreu em dezembro, quando o Banorte foi comprado pelo Bandeirantes. A incorporação também teve recursos do Proer (R$ 540 milhões).
Em maio, o Banco Rural de Minas Gerais comprou o Mercantil de Pernambuco, que estava sob intervenção do BC. Neste mês, Banco Pontual comprou o Martinelli.
O Proer já consumiu R$ 12,67 bilhões desde que foi criado.

LEIA MAIS sobre as negociações entre os bancos na pág. 2-3 e 2-4

Próximo Texto: O que circula; No ventilador; Outra zona; Quem representa; Quem representa; Para escanteio; Jogando para frente; Com desconto; Demanda excitada; Males antigos; Medicina preventiva; Receita aviada; Ganhando tempo; Na medida; Saia justa; Carga líquida; Informação privilegiada
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.