São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996
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Um grupo muito especial

O representante médio da delegação brasileira na Olimpíada de Atlanta (sul dos EUA) pertence a um universo especial dentro do país. O atleta médio que estará nos Jogos é mais alto, mais pesado, mais velho e estudou mais que a média da população do Brasil.
A Folha ouviu os 228 esportistas da delegação olímpica brasileira, que responderam a um questionário padrão. Os dados fornecidos permitiram a construção do retrato mais fiel possível da equipe, que será composta por 225 pessoas.
Apenas quatro atletas ouvidos pelo jornal não irão à Olimpíada: três jogadoras da seleção feminina de futebol, que serão cortadas às vésperas dos Jogos, e o meia Beto, da seleção masculina de futebol, substituído após o encerramento da pesquisa, devido a uma contusão, por Marcelinho Souza.
O perfil do atleta olímpico brasileiro resultante desse trabalho é apresentado neste caderno especial.
Os dados obtidos foram cotejados com estatísticas referentes à população do Brasil, fornecidas pelos Censos de 1980 e 1991 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pela Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (1989) e pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
As informações são as mais recentes possíveis, dentro do quadro estatístico nacional.
O que se depreende da comparação entre os universos é que o atleta nacional difere da média brasileira não só nos itens em que tal diferença já era esperada, como na predominância de homens e no peso, altura e idade.
Além da escolaridade, já citada, a composição étnica dos grupos é outro exemplo de dessemelhança. A delegação olímpica tem mais "brancos" e menos "pardos" que o Brasil. Há também muito mais solteiros que na média da população, e a "taxa de natalidade" do grupo é baixa -a minoria tem filhos e, normalmente, só um.
Em sua distribuição geográfica, os atletas acentuam a tendência do brasileiro médio, com maior número de nascimentos e moradias na região Sudeste e, em especial, no Estado de São Paulo.
Nos quesitos econômicos, descobriu-se que o atleta olímpico pertence a uma elite do esporte nacional: a grande maioria tira da atividade esportiva seu sustento, muitas vezes por meio de um patrocinador pessoal.
Por fim, mesmo com idade acima da média do país e apesar de ter começado a praticar esporte cedo, por volta dos 12 anos, o integrante-modelo do grupo brasileiro em Atlanta fará sua estréia em Olimpíadas agora.

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