São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996
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Kid 'corre' para recuperar a forma física

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Kid, 25 anos, 88 kg e 1,93 m diz que corre contra o relógio a partir de amanhã.
O jogador, que retoma os treinos com a seleção nesta segunda-feira, na Escola Naval do Rio de Janeiro, afirma que vai fazer "de tudo" para entrar em forma física e alcançar os seus companheiros da seleção brasileira masculina de vôlei, que vêm treinando juntos desde abril último.
Convocado para a equipe que busca o bicampeonato olímpico em Atlanta, Kid diz que se sente "travado" e que precisa ganhar mais velocidade se quiser estar em condições de jogar a Olimpíada.
Chamado pelo técnico José Roberto Guimarães para a vaga de Carlão, o atacante afirma que vai para Atlanta com a cabeça tranquila. "Tenho certeza de que ainda vamos surpreender muita gente que não acredita na seleção."
A seguir, os principais trechos da entrevista, concedida à Folha por telefone.
*
Folha - Ter sido convocado para a seleção brasileira no lugar de Carlão te deixa preocupado?
Kid - De maneira alguma. É lógico que fiquei chateado por ter sido chamado nesta situação, ainda mais que a seleção fica sem o seu maior líder.
Por outro lado, estou muito feliz, porque irei disputar a minha primeira Olimpíada.
Folha - Você está fora da seleção desde o mês passado, quando foi cortado com o Claudinei. Os treinos físicos na seleção são bem puxados. Quanto tempo é preciso para alcançar seus companheiros de seleção brasileira?
Kid - Estou parado há 20 dias, só treinando com peso e batendo bola no período da tarde. Vinha cumprindo a determinação do Bebeto (Bebeto de Freitas, técnico do Olympikus/Telesp, equipe do atacante), pois estava me preparando para disputar o Campeonato Paulista. Agora, tudo muda de figura.
Folha - Como assim?
Kid - A preparação física na seleção brasileira exige muito do atleta. Eu vinha fazendo um trabalho de corrida e peso. Na seleção, treinamos em dois períodos, com uma média diária de sete horas, divididas em treinos físicos e táticos. É bem puxado.
Folha - Em 1993 você foi eleito o melhor passe da Liga Mundial Masculina de Vôlei, depois de ajudar o time a conquistar o título da competição. Em qual fundamento você não consegue ir bem?
Kid - Não funciono bem no bloqueio. O Zé Roberto já disse isso várias vezes. É o meu ponto fraco, mas sempre tento melhorar.
Folha - A seleção brasileira terminou em quinto lugar na Liga Mundial deste ano. Você acredita nas chances de a equipe conquistar uma medalha em Atlanta?
Kid - Eu acho que nós devemos ir bem. Times como a Itália e a Holanda, que aparecem como favoritos, já atingiram os seus picos de preparação física. A seleção brasileira ainda não -deve conseguir isso na Olimpíada. Nós ainda vamos surpreender muita gente.
Folha - Qual o adversário mais difícil para a seleção brasileira?
Kid - Em uma Olimpíada, todos os adversários são difíceis. Mesmo a equipe mais fraca no papel pode se tornar um rival perigoso dentro da quadra.
Folha - Você diz que não está no melhor de sua forma física. O que fazer para mudar isso?
Kid - Terei que me reprogramar. É meio complicado. Tenho pouco tempo para enxugar na parte física e pegar mais velocidade. Preciso correr feito um louco porque vou entrar na seleção na fase final da preparação física.

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