São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996
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Punhalada

TELÊ SANTANA

Mais uma vez o Edmundo foi capa dos jornais na semana que passou. Mais uma vez, capa pelos problemas que criou.
Fico muito chateado, porque foi uma punhalada no Corinthians, um clube que acreditou no futebol do Edmundo, que apostou no profissional.
O Corinthians tomou emprestado o jogador num momento em que ele passava por sérios problemas pessoais, pagou um preço caro, quando muitos diziam que era besteira, e agora recebe uma desfeita destas.
Se o Edmundo não quer continuar no Corinthians, por que assinou contrato por um ano? Por que não conversou com os diretores sobre a vontade de sair?
Brigar em treino só tira a credibilidade do profissional em relação aos dirigentes.
Por falar em profissional, fiquei contente em saber que o Leonardo, que eu treinei no São Paulo e agora está no Paris Saint-Germain, fez muitos elogios à minha pessoa no programa do Jô Soares.
É sempre bom ser elogiado por alguém tão dedicado e competente como ele.
*
Fiquei sabendo da idéia de fazerem disputas de pênaltis antes de jogos decisivos e não após as partidas.
Não acho uma idéia maluca. Na minha opinião, a morte súbita ainda é melhor do que decidir jogos por pênaltis, mas, se tivermos que ir para as penalidades, por que não podemos fazê-las antes de começarem as partidas?
Depois de 90 minutos de tempo normal e mais 30 de prorrogação, o cansaço pesa. Sei o que é isso pela Copa do México, em 86, quando perdemos para a França nos pênaltis, depois de um grande jogo de futebol.
Se as penalidades forem batidas antes, o time que perder terá que atacar, porque saberá que o empate não lhe interessa.
*
A seleção despediu-se do Brasil, rumo aos Jogos Olímpicos, com uma bela vitória contra a Dinamarca.
Os brasileiros estão melhores do que os adversários, com a vantagem de que jogadores novos, aqui, costumam atuar mais cedo nos principais campeonatos do país.
Com o calor contra os europeus, aposto no Brasil.

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