São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Operação teve 200 policiais

DA ENVIADA ESPECIAL A BROTAS DE MACAÚBAS

Agosto de 1971. Equipes de policiais militares e federais começaram a chegar a Brotas de Macaúbas para montar o cerco que, durante um mês, vasculhou toda a região em busca do ex-capitão do Exército Carlos Lamarca.
A "Operação Pajussara", comandada pelo então major Nilton Cerqueira -hoje secretário de Segurança do Rio-, juntou mais de 200 homens na região.
O cerco a Lamarca começou a fechar com a invasão da fazenda Buriti -uma pequena propriedade de José Barreto, pai de Zequinha, contato de Lamarca na região.
Na manhã de 28 de agosto, a fazenda foi cercada por uma equipe comandada pelo delegado Sérgio Fleury. Otoniel, irmão de Zequinha, foi morto. Segundo a versão oficial, ele teria tentado fugir depois de preso.
Luiz Antônio Santa Bárbara, guerrilheiro ligado a Lamarca, morreu num dos quartos da casa. Ele teria se suicidado com um tiro no ouvido ao ver o cerco.
Olberico Campos Barreto, irmão de Otoniel e Zequinha, foi ferido e torturado, assim como José Barreto, pai dos três.
O cerco prosseguiu com equipes percorrendo as serras da região. No dia 17 de setembro, Cerqueira estava na região de Pintada quando um morador procurou sua equipe contando que dois homens dormiam ao lado de uma baraúna.
Quando a equipe de quatro soldados se aproximou dos dois, Zequinha acordou, gritou e fugiu. Foi morto na fuga. Lamarca, de acordo com o relatório oficial, correu 15 metros antes de ser morto.

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