São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Meninos de rua fazem exames

DA REPORTAGEM LOCAL

Os meninos de rua do centro de São Paulo vêm se destacando como um dos principais grupos de risco para a doença. Eles são mais suscetíveis ao bacilo e ao mesmo tempo funcionam como agentes propagadores.
Nos últimos dois meses, apareceram cinco casos diferentes em uma população estimada em 400 crianças. Há 15 dias, o SOS Criança começou a realizar exames específicos para tuberculose nos garotos recolhidos em blitze pelo centro.
Os resultados ainda não foram devolvidos à entidade, mas o coordenador médico do SOS se prepara para um aumento nos casos.
"Estamos encaminhando para exames, em média, dez crianças por dia", diz Roberto Gaia Coelho.
Segundo ele, a maior dificuldade será fiscalizar se as crianças estão tomando os remédios diariamente para evitar recaídas, que podem ter consequências mais sérias.
O médico não acredita ainda em surto entre os menores, mas afirma que, se a doença não for combatida, ele pode aparecer.
Para Cecília Garcez Lume, 33, da equipe de educadores da Associação de Apoio a Meninas e Meninos de Rua da Sé, a situação já é grave.
"Estamos tentando fazer com que os médicos venham para a rua cuidar dessa população. É difícil fazer com que o garoto de rua fique confinado em um hospital, mesmo para tratamento", diz ela.
A associação e o Instituto Clemente Ferreira estão em negociação para a realização de uma parceria nesse sentido.

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