São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Explosão fere 40 na Irlanda do Norte

IGOR GIELOW
DE LONDRES

A explosão de uma bomba deixou cerca de 40 pessoas feridas em um hotel na Irlanda do Norte, perto da fronteira com a Irlanda.
Foi o primeiro atentado na Província desde 1994, quando católicos e protestantes declararam cessar-fogo paramilitar -quebrado pelos primeiros em fevereiro.
A bomba explodiu por volta das 23h10 (19h10 em Brasília) de sábado no Hotel Killyheulin, em Enniskillen (sul da Província).
O hotel abrigava uma festa de casamento com cerca de 200 pessoas na hora do atentado, mas foi evacuado porque uma rádio recebera um aviso antes da explosão.
As suspeitas recaem sobre terroristas católicos, que pregam a união da Irlanda do Norte com a Irlanda. A Província tem 38,4% de católicos e 50,6% de protestantes.
O principal deles, o IRA (Exército Republicano Irlandês), negou a autoria. Há nove anos, o grupo explodiu uma bomba que matou 11 pessoas em Enniskillen.
Os governos britânico e irlandês condenaram o atentado.
Suspeita
Segundo a Folha apurou junto ao Sinn Fein, partido ligado ao IRA, o principal suspeito é o Inla (Exército de Libertação Nacional Irlandês) -facção radical surgida do próprio IRA na década de 80.
Isso porque ontem morreu a primeira vítima da onda de violência que atinge a Província.
Dermot McShae morreu após ser atropelado por um carro do Exército britânico em Londonderry. Ele havia sido preso nos anos 80 por ser ligado ao Inla.
Depois de sua morte, manifestantes ocuparam a região de Bogside -onde, em 1969, estouraram os protestos católicos que culminaram com a intervenção militar britânica de 1972.
Um pub foi incendiado. Cerca de 200 pessoas jogaram coquetéis molotov em carros da polícia e há um número incerto de feridos.
Unionistas
Para David Ervine, do protestante Partido Progressista do Ulster, o atentado foi "obra do IRA". Segundo ele, há grandes chances de os grupos protestantes radicais quebrarem seu cessar-fogo.
A onda violência desta semana é a maior em uma década, e uma das mais graves desde 1969.
Ela começou quando protestantes atacaram a polícia, que os impedia de marchar em áreas católicos. Por fim, as autoridades permitiram as marchas -provocando a ira dos católicos.

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