São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Parintins realiza 3ª maior festa folclórica do Brasil

LALO DE ALMEIDA
ENVIADO ESPECIAL A PARINTINS (AM)

Parintins parece com uma típica cidade do interior amazonense.
Localizada na ilha de Tupinambarana, na margem direita do rio Amazonas, ela se transforma com a chegada do mês de junho.
Dividida pelas cores azul e vermelha dos Bois Caprichoso e Garantido, a cidade é palco da terceira maior festa popular do país: o Festival Folclórico de Parintins.
O acontecimento, que só perde para os Carnavais do Rio e de Salvador, chegou, neste ano, a dobrar a população da ilha de 60 mil pessoas para 120 mil.
Todos os anos, nos dias 28, 29 e 30 de junho (a data é fixa), as atenções se voltam para o Bumbódromo, onde se apresentaram os Bois Caprichoso e Garantido.
O espetáculo proporcionado pelos bumbás durante os três dias valeu o esforço dos 7.000 brincantes (componentes dos bois) que, durante cinco horas por noite, dançaram ao som das toadas.
Criatividade sem fim
Diante da platéia, de mais de 32 mil espectadores, a criatividade do parintinense parece inesgotável.
Lendas do folclore amazônico ganharam vida durante as representações envolvidas pelas luzes coloridas, tochas de fogos de artifício. Os efeitos especiais surgiam de todos os cantos. Às vezes vinham de dentro dos carros alegóricos, outras da platéia.
Nas arquibancadas, o espetáculo não é menor. As "galeras", como são conhecidas as torcidas organizadoras dos bois, são muito mais que meros expectadores.
Elas participam das apresentações e se preparam para isso, ornamentando seus territórios da melhor forma possível.
Se o boi que está na arena é aquele do coração, deliram entoando as canções e participando da coreografia ditada pelo animador. Mas se o bumbá é seu "contrário", o silêncio é total.
Mas a festa não se restringe aos limites do bumbódromo. E talvez seja do lado de fora que esteja sua parte mais autêntica.
Durante o festival, ruas são enfeitadas com bandeirinhas azuis ou vermelhas e tomadas por foliões que não param de pular ao ritmo das toadas. O porto é invadido por barcos típicos decorados com a cor do boi preferido.
Outro espetáculo é a preparação das alegorias e os ensaios nos currais. Enquanto fantasias são preparadas nos barracões, jovens ensaiam nas ruas de terra os passos da dança indígena. A cada ano o festival fica mais apoteótico.

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