São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Cruzeiros apresentam a Grécia Clássica

JANIO DE FREITAS
DO ENVIADO ESPECIAL À GRÉCIA

Dado que a Grécia Clássica abrangia as terras de um lado e de outro do Egeu, hoje pertencentes à Grécia e à Turquia, os roteiros náuticos incluem os dois países.
Algumas visitas são comuns a todos esses programas. São as que compõem a programação de três dias, uma espécie de resumo dos lugares representativos de alguma fase ou peculiaridade histórica.
Primeira parada, a indefectível Míkonos. Rodes, a ilha em que teria existido o célebre Colosso, é uma parada de atrações múltiplas.
O vilarejo de Lindós, hoje com 700 habitantes, mas importante centro comercial na Antiguidade, é famoso pelas ruínas de sua acrópole e pela deliciosa baía de São Paulo, com esse nome porque aí o apóstolo desembarcou para a sua pregação.
E na cidade-fortaleza de Rodes, cercada por muralhas autênticas em quase toda a sua extensão, a parte urbana medieval é muito bonita, conservando ainda, entre outras edificações de época, o hospital erguido pela Ordem dos Hospitalários durante as Cruzadas.
Pátmos é outra ilha visitada no território grego. Nela, São João teria escrito o "Apocalipse", vivendo em uma caverna onde fica o mosteiro erguido no século 11.
Turquia
Na costa da Turquia, Kusadasi é uma parada preciosa. Não por ela. Por sua proximidade de Éfeso, que está a menos de 10 km do porto de Kusadasi.
A própria Éfeso era o porto, mas o aluvião acumulado pelo rio Caíster, século após século, acabou distanciando-a do mar.
E, pior, decretando a morte da cidade, que era a segunda maior há 2.000 anos: menos apenas do que Alexandria, tinha entre 200 mil e 250 mil habitantes. Estava à altura do seu status de capital euroasiática do Império Romano.
Diz a lenda cristã que a Virgem Maria passou em Éfeso os seus últimos anos, morando em um lugar agora demarcado por uma capela.
Também o apóstolo Paulo teria feita maior há 2.000 anos: menos apenas do que Alexandria, tinha entre 200 mil e 250 mil habitantes. Estava à altura do seu status de capital euroasiática do Império Romano.
Diz a lenda cristã que a Virgem Maria passou em Éfeso os seus últimos anos, morando em um lugar agora demarcado por uma capela.
Também o apóstolo Paulo teria feit hoje no Museu Britânico).
Mas estão bastante preservadas a alameda Arcádia, por onde Cleópatra e Marco Antonio desfilaram, a avenida de Mármore, os banheiros e latrinas públicos, a fonte de Trajano, o templo de Adriano e muitas partes de edificações e da própria cidade.
E, incrivelmente conservada, a empolgante fachada da biblioteca de Éfeso, também conhecida como biblioteca de Celso, a terceira maior do mundo, com mais de 200 mil rolos -dos quais boa parte foi retirada por Marco Antonio para presentear Cleópatra.
O aluvião transformou vasta faixa da baía de Éfeso em pântano que, infestado de mosquitos transmissores de malária, provocou no século 6º o fim de Éfeso: uma epidemia matou 200 mil habitantes.
O pântano, atualmente, é uma planície aprazível, sem vestígios do seu crime contra a cultura e a humanidade.

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