São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996 |
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Cai ministro da Defesa da Argentina
DANIEL BRAMATTI
A renúncia teria sido pedida à tarde, segundo informou a rádio Mitre, de Buenos Aires. Até as 19h, Camilión estava reunido com o chefe de Gabinete, ministro Jorge Rodríguez, e não havia anunciado formalmente sua saída. Camilión é o segundo ministro a pedir demissão em menos de dez dias. Rodolfo Barra, ex-titular da Justiça, também renunciou em meio a um escândalo. Ele foi acusado de participar de atentado contra sinagoga na década de 60, quando integrava uma organização de inspiração nazista. Menem sempre sustentou a tese de que Camilión não sabia da venda irregular de armas ao Equador, ocorrida quando o país sofria um embargo internacional por causa da guerra contra o Peru em 95. A Argentina violou outro embargo ao vender armas para a Croácia. A carga foi embarcada em Buenos Aires com documentos falsos, indicando como destino o Panamá -país sem forças armadas. Provas O presidente decidiu retirar o respaldo a seu auxiliar depois que o promotor Carlos Stornelli divulgou um parecer oficial sobre o caso, anteontem, indicando haver "provas suficientes" do envolvimento do ministro. Com viagem marcada para os Estados Unidos, onde assistirá à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, Menem não quis deixar o assunto pendente. Entre os candidatos a ocupar o cargo estariam o prefeito de Buenos Aires, Jorge Domínguez (derrotado na tentativa de reeleição, no último dia 30), e o ex-embaixador da Argentina nos EUA, Raúl Granillo Ocampo. Fora do cargo, Camilión deve ser chamado em breve para depor. O grau de envolvimento do ministro com a operação irregular só deve ser determinado quando a Justiça interrogar o tenente-coronel reformado Diego Palleros. Dono da empresa Hayton Trade, que intermediou as vendas das armas argentinas, Palleros está foragido, provavelmente em Cingapura. Seu advogado, no entanto, garante que ele está disposto a depor. Em uma carta enviada ao juiz Jorge Urso, Palleros disse que pagou US$ 400 mil a um empresário "muito próximo ao governo" para poder concretizar as operações. Texto Anterior: Assassino de Moro é condenado na Itália Próximo Texto: Denúncia surgiu em 95 Índice |
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