São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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Ladrão invade hospital e faz refém

HENRIQUE FERRARI
ROGERIO SCHLEGEL

HENRIQUE FERRARI; ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Assaltante de banco se refugiou em hospital e, cercado por 60 policiais, resistiu 90 min antes de se entregar

O assaltante Edmilson Batista, 26, tomou um funcionário do Hospital e Maternidade São Luiz, no Itaim (zona sul de São Paulo) como refém, após uma tentativa frustrada de assalto a banco, na manhã de ontem.
Após uma hora e meia de negociação e cerco da polícia, Batista soltou o gerente José Pedro Ramos de Oliveira, 40, e se entregou.
O crime começou na avenida Ibirapuera, em Moema (zona sul), onde Batista e outros cinco homens -segundo a polícia- tentaram assaltar uma agência do Bradesco, por volta das 10h40.
Eles já haviam rendido dois seguranças, quando o alarme disparou. Fugiram sem levar nada e se depararam com PMs na saída.
Em um Voyage, duas policiais femininas seguiram a Brasília usada por três assaltantes para escapar. Os demais fugiram.
A perseguição se estendeu por mais de dois quilômetros.
Na av. Santo Amaro, mais de dez carros policiais, alertados pelo rádio, esperavam. Os pneus da Brasília foram furados a tiros.
O carro parou. Batista, armado com dois revólveres, entrou no São Luiz e rendeu o gerente.
Os outros dois fugiram. Eram cerca de 11h.
Negociação
Apontando a arma para Oliveira, Batista se refugiou na lanchonete, que tem janelas voltadas para a frente do prédio.
Segundo a polícia, o cerco montado em seguida contou com cerca de 60 homens. Eram PMs, policiais civis da Delegacia de Roubo a Bancos, do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) e do GOE (Grupo de Operações Especiais).
Dois helicópteros acompanharam a operação.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) desviou por cerca de uma hora o trânsito das duas pistas da avenida Santo Amaro. Houve congestionamento.
A segurança no hospital, onde havia 220 internos e circulam diariamente cerca de 5.000 pessoas, foi reforçada.
Segundo a assessoria do São Luiz, o prédio invadido pelo assaltante não foi o da maternidade, mas possui comunicação com ele. Policiais passaram a vigiar as rampas de acesso e as alas do hospital.
O delegado Carlos Duarte de Carvalho, do Garra, negociou com Batista por cerca de uma hora e meia. "Ele não ameaçava o refém, só dizia que iria se matar", contou.
Por volta das 12h30, Batista se entregou. Saiu algemado ao repórter Wagner Montes, do SBT. A Brasília, de propriedade de Batista, foi apreendida.

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