São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996 |
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'Volta pra casa, Padilha', pede amiga a Rita
ARMANDO ANTENORE
Há de tudo: história em quadrinhos, intervenção sobre foto de político, placas com provérbios de botequim, imagens de divindades hindus, figurinhas autocolantes e peças de roupa exibindo o rosto de astros da televisão (leia quadro à esquerda). Tem também cartas e bilhetes que desnudam a faceta "gente" da roqueira. Por exemplo: em 1990, Rita recebeu uma mensagem do filho mais velho, Beto, cumprimentando-a pelo Dia das Mães. Depois de pedir à "mother" que nunca mude de personalidade, o garoto concluiu: "You are the best and fuck the rest (você é a melhor e foda-se o resto)". No Natal de 1986, uma freira de São Paulo mandou um cartão para "Rita Lee, Roberto e filhos". Desejava-lhes feliz ano-novo e revelava: "Vocês não me conhecem, mas eu os conheço. Eu levava a sagrada comunhão para dona Romilda, que hoje está no seio do Pai, gozando e intercedendo por nós". Romilda Padula Jones, mãe da cantora, morrera um mês antes. Entre todas as cartas, a mais indiscreta não tem data. Traz a assinatura da amiga Mathilda Kovak e dá conselhos sobre a vida matrimonial de Rita, casada há duas décadas com o músico Roberto de Carvalho. "Dear Gafanhota: sorry, mas agora vai falar a gurua", avisa Mathilda. "Volta pra casa, Padilha! O seu Roberto é do Carvalho. Um gentleman -e que compleição física, que bíceps, que omoplatas!" Seguem mais elogios e, finalmente, a ressalva: "Nem tudo o que Mahatmathilda diz é verdade. Embora eu seja movida por dois estatutos. 1) Mathilda tem sempre razão. 2) Se isso não acontecer, recorra ao item número 1". "Escrevi essas coisas, é?", ironizou a remetente quando a Folha lhe solicitou maiores informações sobre a carta. "Não me lembro de nada. Estou com amnésia súbita, provocada pela ingestão de uma daquelas sandálias de cânhamo." Texto Anterior: Morre aos 57 baixista dos Animals Próximo Texto: O baú de Rita Índice |
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