São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 1996
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Senado aprova regras para abrir a telefonia celular

Hoje, FHC vai fazer cerimônia para sancionar o projeto

MÁRCIO DE MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem, por 55 votos a 6, a lei que regulamenta a abertura da telefonia celular (banda B), dos satélites, dos serviços de valor adicionado (como Internet) e dos serviços limitados (como trunking) à iniciativa privada.
O líder do governo no Senado, senador Elcio Alvares (PFL-ES), afirmou que o presidente Fernando Henrique Cardoso sancionará o projeto ao meio-dia de hoje, em cerimônia no Palácio do Planalto.
"A lei deverá atrair de imediato R$ 5 bilhões em investimentos na instalação de 5 milhões de novos terminais de telefone celular", disse Ney Suassuna (PMDB-PB), relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça no Senado.
A Folha apurou que o governo avalia a possibilidade de se publicar amanhã uma edição especial do "Diário Oficial" da União.
A publicação deverá trazer também os editais de licitação da concorrência, contendo itens importantes, como o modelo tarifário.
Essa regulamentação terá validade até que seja aprovada a Lei Geral das Telecomunicações, que inclui o modelo definitivo do órgão regulador do setor -a Comissão Nacional de Comunicações (CNC).
O ministro Sérgio Motta (Comunicações), que viu aprovado o projeto que defendia desde o início, não quis comentar a votação.
Sua assessoria informou que ele irá se manifestar apenas hoje, em entrevista coletiva que deverá ocorrer após a sanção da lei.
O texto aprovado manteve questões polêmicas, consideradas inconstitucionais por aliados do próprio Palácio do Planalto.
É o caso da limitação de 49% aos capitais estrangeiros. O parágrafo único do artigo 11 contraria a emenda constitucional aprovada em 1995, que eliminou as diferenças entre recursos brasileiros e internacionais para determinar o caráter de uma empresa.
Já a CNC, criada pelo artigo 13, também tido como inconstitucional, deverá ser vetada por FHC, segundo o líder do PMDB, senador Jader Barbalho.
O partido levou ao presidente suas apreensões quanto ao órgão regulador e obteve o compromisso formal de que o projeto regulamentando a CNC será encaminhado até setembro.
Ontem, durante a votação, a oposição tentou manobrar ao apresentar cinco emendas. Os oposicionistas tentaram votar ainda cinco destaques, mas todos foram rejeitados pelo plenário.
Já os governistas que denunciaram inconstitucionalidades quando o texto ainda era discutido nas comissões -como Hugo Napoleão (PFL-PI) e Josaphat Marinho (PFL-BA)- trabalharam ontem pela aprovação.

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