São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 1996
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Relator descarta imposto para saúde

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Deputado Mussa Demes recusa incluir alternativa à contribuição na reforma tributária

Manobra diversionista
O governo tem dito que procura saída para a CPMF, mas se trata apenas de uma manobra diversionista, segundo a Folha apurou, para atenuar as críticas ao novo imposto.
A CPMF depende apenas de mais uma votação na Câmara -provavelmente no dia 24- para estar definitivamente aprovada.
Em seguida, é necessária uma lei para regular sua cobrança. Após a sanção presidencial da lei, começa a ser contado um prazo de 90 dias. Só então a CPMF entrará em vigor.
O governo imagina que o tributo possa, numa previsão otimista, ser cobrado a partir de dezembro.
Como mudança na legislação dos impostos só podem vigorar no ano seguinte àquele em que são aprovadas, a reforma tributária poderia valer a partir de 1º de janeiro, se votada ainda neste ano.
Saída incerta
Essa pouca diferença de tempo entre o início da vigência da CPMF e da reforma fez surgir a idéia de nem cobrar o novo imposto.
A idéia era aperfeiçoar a reforma tributária. A saída mais discutida foi a apresentada pelo ministro do Planejamento, Antonio Kandir.
Kandir sugere que todas as contribuições sociais cobradas hoje sejam extintas. Apenas um novo imposto seria instituído no lugar, a contribuição sobre o lucro bruto.
Segundo o ministro, uma alíquota de 16% bastaria para arrecadar o que já entra nos cofres do governo como contribuição social. E ainda sobrariam cerca de R$ 6,5 bilhões para a saúde por ano.
Para Mussa Demes, a proposta é inviável por igualar a cobrança para todos os setores da economia.

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