São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 1996
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Matador de aluguel

WILSON BALDINI JR.

Os norte-americanos morrem de medo de perder o domínio na categoria dos pesos-pesados.
E, como a nova safra de lutadores "não é lá nenhuma Brastemp", eles elegeram o seu "matador de aluguel".
Trata-se de Riddick Bowe. Ele passou a ter a missão de liquidar os estrangeiros que ousarem invadir o espaço ianque na principal categoria do boxe.
Em março de 95, o promissor inglês Herbie Hide foi massacrado, e Bowe ficou com o cinturão da Organização Mundial.
Mais três meses e foi a vez do gigante cubano Jorge Luís González "dormir como um bebê".
Tudo estava correndo conforme o combinado, pois Bowe -surpreendentemente- estava em forma.
Mas, na semana passada, em pleno berço do boxe, Nova York, onde nasceu, Bowe fez -talvez- sua pior luta.
Gordo, sem reflexos e com uma cara "sonada", ele não parecia nem de longe ser o único exemplar capaz de derrotar Mike Tyson.
Se não fosse a inexperiência do pesado polonês Andrew Golota, Riddick Bowe teria sofrido a sua primeira derrota por nocaute na carreira.
Aliás, esta é a segunda vez consecutiva que ele escapa disso. Em novembro, contra Holyfield, um "golpe de sorte" também o salvou da derrota.
O que aconteceu depois da desclassificação de Golota pode ser explicado na frase de Jorge Luís González depois do seu combate com Bowe.
"Ele, Bowe, vive como uma hiena. Somente em bando."
Uma vergonha! Bateram até no treinador Lou Duva. Tá certo que ele é chato, mas daí a bater e socar um senhor de mais de 70 anos é demais.
E o mais revoltante é que não vai acontecer nada. No máximo, uma "super-revanche".
Ah, sim. É bem provável que os organizadores do Madison Square Garden não permitam mais lutas no templo do boxe. Mas isso é só um detalhe.

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