São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 1996
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Conferência de Aids; Outro lado da história; Paternalismo; Contramão; Globalização completa; Números reveladores; Conhecimento de causa; TV e adventistas; Agora vai; CPI do Real; Duas medidas

Conferência de Aids
"Nossos sinceros agradecimentos pela cobertura da 11ª Conferência Internacional de Aids realizada em Vancouver, no Canadá.
A epidemia pelo HIV depende de competentes iniciativas."
Lair Guerra de Macedo Rodrigues, coordenadora-geral do Programa Nacional de DST/Aids, Ministério da Saúde (Brasília, DF)
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"O GIV (Grupo de Incentivo à Vida), formado basicamente por portadores do HIV/Aids, vem cumprimentar a cobertura da Folha na 11ª Conferência Internacional de Aids de Vancouver.
A ética do jornal em informar que o seu enviado especial era patrocinado por um laboratório não desmereceu o trabalho jornalístico do mesmo."
José Araújo Lima Filho, presidente do GIV -Grupo de Incentivo à Vida (São Paulo, SP)

Outro lado da história
"Na Ilustrada de 8/7 leio que nas 'comemorações dos descobrimentos portugueses' haverá exposições diversas sobre 'história da arte portuguesa de 1500', 'imigração portuguesa'...
E os milhões de indígenas ceifados e suas culturas destruídas? Nenhuma linha para eles?
É sério que vão comemorar o 5º centenário do início daqueles genocídios que deveriam envergonhar o povo português?"
Jordan Lima Perdigão (Manaus, AM)

Paternalismo
"Inconsistente e paternalista o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados que 'transfere' para a Justiça Comum os crimes praticados por policiais militares.
Trata-se de mais um grande equívoco político praticado pelo Congresso fisiológico brasileiro."
Mauri Vieira Costa, presidente do Conselho Regional de Administração e do Sindicato dos Administradores no Estado de Pernambuco (Recife, PE)

Contramão
"Lamentável o projeto do novo Código de Trânsito Brasileiro, que foi aprovado no Senado.
O projeto prevê a cominação de penas privativas de liberdade para crimes como servir bebidas a quem vai dirigir veículos e dirigir em excesso de velocidade.
É que a previsão de penas privativas de liberdade para esse tipo de delito situa-se na contramão da história do Direito Penal mundial, e mais especificamente do Direito Penal brasileiro, onde a tendência é a criação de penas alternativas, visto a comprovada ineficácia das penas privativas de liberdade para crimes como esses."
Fernanda Martins e Guilherme Rezende (São Paulo, SP)

Globalização completa
"Definitivamente o mau brasileiro sempre se compara de forma negativa. Até os títulos da Folha: 'Brasil dá mais férias que EUA e Europa'.
O título é enganoso, façamos as comparações de forma correta: férias no Brasil, 30 dias; férias na Espanha, 30 dias; férias na França, 24 dias + 8 sábados e domingos (32 dias); férias na Suécia, 25 dias + 8 sábados e domingos (33 dias); férias na Suíça, 25 dias + 8 sábados e domingos (33 dias).
Nos Estados Unidos as férias são negociadas.
Por que o título, que dá chance a alguns dizerem que temos que rever nossos direitos trabalhistas na época de globalização?
Viva! Façamos a globalização: devemos dar o salário dos europeus, as férias dos europeus citados acima, a quantidade de horas trabalhadas por semana -que em todos eles é menos de 44-, o direito à 'siesta' nos meses de verão, seguro-desemprego nas mesmas condições e valores etc. etc."
Antonio Onias Neto (São Paulo, SP)

Números reveladores
"A queda na venda de automóveis é resultado do exagero nas margens de lucro praticadas pelas montadoras nacionais, pois se compararmos um mesmo modelo de veículo com outro de igual modelo, porém com mais acessórios, perceberemos que chegam a custar 155% a mais.
Se compararmos os preços de modelos importados em idênticas condições e sujeitos à mesma legislação, nota-se que o preço do modelo mais sofisticado dificilmente ultrapassará 50% do básico.
Contra números não existem argumentos, e o que esses gananciosos senhores precisam entender é que o consumidor brasileiro deixou de ser cego, e não é mais otário."
Orlando Lovecchio Filho (Santos, SP)

Conhecimento de causa
"Em sua coluna de 12/7, o perspicaz Maílson da Nóbrega arrolou os prejuízos da CPMF para a sociedade. Porém em nenhum momento a sua arguta análise procurou alcançar o porquê da criação desse imposto.
Um homem que foi responsável por uma inflação de 80% ao mês, no apagar das luzes do glorioso governo Sarney, deve saber do que fala quando menciona a 'verticalização burra da atividade econômica' e 'insensatez em grau máximo'."
Herculano F.F. Kelles (Belo Horizonte, MG)

TV e adventistas
"A informação dada à polícia pelo detetive Nascimento, que acompanhou atividades da namorada de PC Farias em São Paulo, de que por ser membro da Igreja Adventista não assiste TV é improcedente.
Apesar de reconhecermos o descalabro do veículo chamado televisão, a Igreja Adventista não interfere nesse nível de decisão de seus membros.
Aliás, ela utiliza os meios de comunicação para difundir a mensagem de Jesus Cristo, inclusive pela TV."
Marcos Osmar Schultz, pastor (Belo Horizonte, MG)

Agora vai
"Agora que Adib 'já tene' a CPMF, será que a saúde do povo brasileiro vai melhorar?"
José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR)

CPI do Real
"A cidade de Franca (SP), antes do advento do Real, contava com 500 fábricas de calçados, chegando a produzir mais de 20 milhões de pares por ano, exportando para o mundo todo, empregando 50 mil trabalhadores, gerando US$ 250 milhões para a nossa balança comercial.
Hoje, fecharam 40% delas, deixando 25 mil brasileiros na rua...
Proponho a criação de uma CPI urgente para botar na cadeia os irresponsáveis criadores dessa política econômica..."
Osvaldo Matheus Caleiro Narcizo (São Paulo, SP)

Duas medidas
"Em nome da proteção, da segurança do trabalho e da diminuição do grau de riscos no trabalho, o governo da França acaba de decidir que proibirá a partir de 1997 a fabricação, importação e a venda de produtos que contenham amianto, especificamente os de cimento-amianto.
Porém os estudos, os trabalhos realizados, as experiências já executadas e as muitas outras que ainda serão realizadas em relação à bomba nuclear, pouco importa ao governo francês se atingirão as pessoas de outras regiões e se as consequências provoquem desequilíbrios naturais, prejudicando toda a humanidade."
Rubens Casado (Capivari, SP)

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