São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rossi diz que criará 'kit-desemprego'

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Em minicomício ontem no Jardim Verônia (zona leste), o candidato do PDT à Prefeitura de São Paulo, Francisco Rossi, anunciou que, se eleito, criará o "kit-desemprego", um dos itens de seu "programa de emprego mínimo".
O vereador Marcos Cintra (PL), vice de Rossi, disse que o kit-desemprego visa estimular os desempregados a não parar de procurar trabalho.
"É uma migalha, mas ajuda, porque muita gente não procura trabalho porque não tem dinheiro para sair de casa", disse Cintra.
"O kit terá vale-transporte, vale-refeição e uma ou duas fichas telefônicas e será uma ajuda temporária concedida pela prefeitura."
Rossi afirmou que o kit será viabilizado mediante convênios com a iniciativa privada.
Frentes de trabalho
No programa de emprego mínimo também está prevista a criação de frentes de trabalho.
"Quem quiser trabalhar pelo salário mínimo se cadastrará nas associações de bairros. As frentes farão a limpeza de valas, córregos e pequenas obras e ajudarão no asfaltamento de ruas", disse Cintra.
O vice de Rossi calcula que, com as "mães-crecheiras" (mulheres pagas pela prefeitura para cuidar de crianças), o programa de emprego mínimo poderá gerar, ao todo, 200 mil postos de trabalho.
Cintra afirmou que o projeto de governo de Rossi prevê a destinação de 0,4% do Orçamento da prefeitura (cerca de R$ 300 milhões) para a geração de empregos.
"É quanto custa uma ponte do Maluf no centro da cidade", disse.
Maior prejudicado
Rossi disse que, se vencer a eleição, "o principal prejudicado" será o atual prefeito, Paulo Maluf.
"Se o Pitta (Celso Pitta, do PPB, adversário de Rossi) ganhar, Maluf se tornará forte candidato à Presidência e dificultará a aprovação da reeleição para presidente, governador e prefeito, que considero importantíssima", afirmou.
À porta de casa, em frente ao campo de futebol "Povão do Colorado", onde pousaria o helicóptero de Rossi, Laurinda Francisca de Oliveira, 29, dona-de-casa, estava irritada.
"Tenho de tirar a roupa do varal porque o helicóptero vai levantar poeira e sujar tudo, como aconteceu outro dia", disse.
Membros da equipe de Rossi estiveram no local dias antes para fazer um levantamento.
Laurinda apontou a vala de esgoto que corre em frente à sua casa e perguntou: "Por que esses políticos não ajudam a gente em vez de ficar gastando dinheiro?".
O morador Domingos Lourenço de Souza, 60, vidreiro, disse que não aparecem políticos por ali desde a última eleição (1994).

Texto Anterior: Câmara vota acumulação de cargos
Próximo Texto: PT quer entrar na Justiça contra PPB
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.