São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996 |
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Rossi diz que criará 'kit-desemprego'
ANA MARIA MANDIM
O vereador Marcos Cintra (PL), vice de Rossi, disse que o kit-desemprego visa estimular os desempregados a não parar de procurar trabalho. "É uma migalha, mas ajuda, porque muita gente não procura trabalho porque não tem dinheiro para sair de casa", disse Cintra. "O kit terá vale-transporte, vale-refeição e uma ou duas fichas telefônicas e será uma ajuda temporária concedida pela prefeitura." Rossi afirmou que o kit será viabilizado mediante convênios com a iniciativa privada. Frentes de trabalho No programa de emprego mínimo também está prevista a criação de frentes de trabalho. "Quem quiser trabalhar pelo salário mínimo se cadastrará nas associações de bairros. As frentes farão a limpeza de valas, córregos e pequenas obras e ajudarão no asfaltamento de ruas", disse Cintra. O vice de Rossi calcula que, com as "mães-crecheiras" (mulheres pagas pela prefeitura para cuidar de crianças), o programa de emprego mínimo poderá gerar, ao todo, 200 mil postos de trabalho. Cintra afirmou que o projeto de governo de Rossi prevê a destinação de 0,4% do Orçamento da prefeitura (cerca de R$ 300 milhões) para a geração de empregos. "É quanto custa uma ponte do Maluf no centro da cidade", disse. Maior prejudicado Rossi disse que, se vencer a eleição, "o principal prejudicado" será o atual prefeito, Paulo Maluf. "Se o Pitta (Celso Pitta, do PPB, adversário de Rossi) ganhar, Maluf se tornará forte candidato à Presidência e dificultará a aprovação da reeleição para presidente, governador e prefeito, que considero importantíssima", afirmou. À porta de casa, em frente ao campo de futebol "Povão do Colorado", onde pousaria o helicóptero de Rossi, Laurinda Francisca de Oliveira, 29, dona-de-casa, estava irritada. "Tenho de tirar a roupa do varal porque o helicóptero vai levantar poeira e sujar tudo, como aconteceu outro dia", disse. Membros da equipe de Rossi estiveram no local dias antes para fazer um levantamento. Laurinda apontou a vala de esgoto que corre em frente à sua casa e perguntou: "Por que esses políticos não ajudam a gente em vez de ficar gastando dinheiro?". O morador Domingos Lourenço de Souza, 60, vidreiro, disse que não aparecem políticos por ali desde a última eleição (1994). Texto Anterior: Câmara vota acumulação de cargos Próximo Texto: PT quer entrar na Justiça contra PPB Índice |
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