São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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Déficit sobe 23,6% e atinge R$ 17,4 bi

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os governos estaduais, municipais e as empresas estatais puxaram para cima o rombo nas contas públicas, de abril para maio.
O déficit (despesa maior que a receita) subiu de R$ 14,108 bilhões para R$ 17,436 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 23,58% -ou R$ 3,328 bilhões.
Em maio, os Estados e os municípios gastaram R$ 9,967 bilhões a mais do que arrecadaram (contra R$ 7,731 bilhões em abril). Entre abril e maio, o buraco nessas contas cresceu R$ 2,236 bilhões.
Esses números se referem ao conceito nominal, que inclui os juros reais (acima da inflação) e a correção monetária sobre a dívida.
O déficit nas estatais subiu 66,66% entre maio e abril -de R$ 738 milhões para R$ 1,230 bilhões. O desempenho atrapalha a estratégia do governo de sanear as estatais para então privatizá-las.
O governo federal e o Banco Central aumentaram seu déficit: de R$ 5,639 bilhões, em abril, para R$ 6,239 bilhões, em maio.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o déficit é consequência, principalmente, do pagamento de juros.
Com relação ao PIB (Produto Interno Bruto), o BC divulgou ontem que o déficit público sofreu uma queda: de 6,13%, em abril, para 5,96%, em maio. "Isso mostra uma tendência de melhora. Em janeiro o déficit era de 10,37% do PIB no conceito nominal", disse.
Emissão de títulos
A dívida mobiliária federal (em títulos públicos) subiu R$ 3,022 bilhões, de maio para junho.
O aumento -de R$ 151,260 bilhões para R$ 154,272 bilhões- foi consequência, principalmente, da emissão de moeda para o Proer (programa de ajuda aos bancos), do redesconto (linha de socorro do BC às instituições financeiras) e dos saques feitos pelo Tesouro.
O Tesouro tomou R$ 279 milhões na sua conta junto ao BC para pagar despesas, o que significa um déficit de caixa para cumprir seus compromissos.
Para rolar a dívida federal em títulos, no mês de junho, o governo desembolsou R$ 1,973 bilhão.

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