São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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Tucanato

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Sérgio Motta conseguiu estar presente em dois palácios, ontem na televisão.
Embora a abertura das telecomunicações, no Palácio do Planalto, em Brasília, apresentasse importância maior, o entusiasmo que mostrou nos discursos e entrevistas foi pequeno.
O mais que conseguiu destacar, quanto à medida, foi que deve baixar as tarifas.
Foi no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, que Sérgio Motta mostrou o seu personagem em toda a exuberância.
Riu muito, abraçou Francisco Graziano, declarou, sobre Mário Covas e a decisão de chamar Graziano para o governo estadual:
- Mário tem feito ações de justiça.
Estava fazendo política, o ministro. Daí a felicidade. Ele parece estar bem apenas quando cercado de controvérsia e emoção.
Controvérsia e emoção, no caso, respondiam pelo nome do homenageado Francisco Graziano. Da televisão:
- Suspeito de grampo assume secretaria da Agricultura.
Como sugeriu o âncora Boris Casoy, o tucanato age assim, com os seus.
O ex-secretário particular de FHC, suspeito de grampo no caso Sivam, teve a cabeça oferecida à opinião pública pelos tucanos, mas não está sendo investigado.
Passaram os meses, como passaram com Rubens Ricupero, e Mário Covas surgiu para uma "ação de justiça". Política tucana.
*
Em dia rotineiro, de novo tiroteio no morro Cachoeirinha, como mostrou a Record, o SBT e a CBN divulgaram a revolta de coronel da Polícia Militar, no Rio, contra a chamada gratificação faroeste.
Os policiais ganham para entrar em confronto. Quanto mais tiroteio, mais dinheiro. Até 150% mais, no salário.
Somada à liberdade de atirar antes e perguntar depois, dada pela secretário de Segurança, "faroeste" talvez seja expressão amena.

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