São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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Disparos saíram da arma da namorada

Exame das balas foi feito na Bahia

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Resultado dos exames de balística feitos no Instituto de Criminalística da Bahia aponta que as balas que mataram o empresário Paulo César Farias e sua namorada, Suzana Marcolino, saíram mesmo do revólver Rossi, calibre 38, encontrado na cena do crime ocorrido em Maceió.
O laudo foi divulgado ontem pelo delegado Cícero Torres, presidente do inquérito policial.
O resultado dos exames foi enviado ontem mesmo à Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para ser analisado pelo legista Fortunato Badan Palhares, que chefiou a equipe de especialistas enviada pelo Ministério da Justiça a Alagoas.
Prazo do inquérito
As balas colhidas no fundo de um restaurante em Atalaia (48 km de Maceió), onde Suzana testou o revólver que teria comprado no dia 14 de junho, nove dias antes do crime, também saíram da mesma arma, segundo os exames.
O prazo legal de 30 dias para o fim do inquérito, que vence no próximo dia 23, vai ser prorrogado por pelo menos mais 20 dias, segundo o delegado.
Torres disse que a perícia já pediu uma prorrogação de prazo até o dia 4 de agosto, quando Badan Palhares e os peritos alagoanos devem apresentar seus laudos.
Nada impede que os resultados da perícia e da autópsia sejam antecipados, afirmou o delegado.
O policial justifica a prorrogação das investigações devido aos cerca de 30 depoimentos que precisam ser colhidos, apesar de serem secundários, na sua opinião.
Álibi do secretário
Anteontem o delegado foi até o município de Pão de Açúcar (240 km de Maceió) para ouvir cinco pessoas com quem Flávio Almeida Júnior, secretário particular de PC, disse ter estado na cidade na madrugada do crime. Todos confirmaram o álibi de Almeida.
O Ministério Público de Alagoas, que acompanha as investigações da polícia local, tem afirmado que os depoimentos colhidos por Torres têm sido dirigidos.
Cícero Torres estaria tentando em suas investigações adequar o perfil psicológico de Suzana a de uma suicida em potencial.

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