São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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Japão pode desistir de queixa à OMC

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Japão deve voltar atrás e retirar sua ameaça de apresentar reclamação formal contra o regime automotivo brasileiro na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Na segunda rodada de consulta informal, que começa na segunda-feira em Genebra (Suíça), os japoneses devem aceitar a proposta do Brasil, que prevê cotas tarifárias para importação de veículos.
As cotas tarifárias são instrumentos que permitem a redução da alíquota de importação para determinado volume de produtos.
Acordo possível
"Os japoneses estão com especial interesse na proposta que apresentamos. É possível haver solução", afirmou o ministro José Alfredo Graça Lima, diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores.
A decisão do Japão altera o ponto central da discussão. O país havia discordado da proposta brasileira na primeira rodada de consulta informal, em junho.
Segundo Graça Lima, os negociadores dos dois países devem chegar agora a um acordo sobre a alíquota a ser adotada e sobre a quantidade de veículos que poderá ser beneficiada.
Como a adoção da cota tarifária é extensiva a todos os exportadores de veículos para o Brasil, também deve pesar a posição da União Européia, dos EUA e da Coréia do Sul sobre a questão.
Segundo a Folha apurou, a Coréia do Sul deve seguir a mesma tendência do Japão.
União Européia e Estados Unidos, entretanto, questionam outro ponto -os incentivos às montadoras brasileiras determinados pela MP (medida provisória) do regime automotivo.
Sem alteração
O Brasil não quer ver seu regime automotivo questionado na OMC. Também não cogita a alteração do texto da MP.
Nos próximos dias 25 e 26, os brasileiros tentarão convencer os representantes da União Européia e da Coréia do Sul. Com o Japão, a discussão deve terminar dia 24.
Segundo Graça Lima, a negociação com os EUA está sendo encaminhada por telefone, e a consulta deve ocorrer no início de agosto.

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