São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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Oscar luta para ultrapassar a barreira dos 1.000 pontos

Ala disputa sua 5ª Olimpíada com intenção de bater recorde

EDGARD ALVES
DO ENVIADO A ATLANTA

O brasileiro Oscar Daniel Bezerra Schmidt, 38, tem um desafio particular em Atlanta: marcar pelo menos 127 pontos para ultrapassar a barreira dos mil em Jogos Olímpicos.
No momento do "bola-pula" (quando o juiz levanta a bola para o início do jogo), hoje, contra Porto Rico, Oscar estará iniciando sua quinta Olimpíada, igualando um recorde histórico do basquete, que pertence ao porto-riquenho Teófilo Cruz.
Ele atuou entre 1960 e 1976 (nos Jogos de Roma, Tóquio, México, Munique e Montreal).
Oscar participou de Moscou-80, Los Angeles-84, Seul-88 e Barcelona-92.
O jogador estreou na seleção brasileira em 1977. Desde então, defendeu o time em 318 jogos e acredita que baterá sete marcas olímpicas.
"Ainda não consegui um levantamento oficial, mas creio que vou ficar com vários recordes, como o de minutos jogados, mais cestas de três pontos, mais lances livres", afirmou.
Oscar já conseguiu dois recordes: mais pontos em um só jogo -55, anotados contra a Espanha, em Seul- e 42,8% de aproveitamento nos arremessos, também em Seul.
Apesar de seus 38 anos, parece um estreante. Completou séries diárias de mil arremessos nos últimos 15 dias, calibrando a pontaria em treinos extras.
"Pratiquei como um cavalo. Treinei em dois períodos com o time. Depois é que fazia a série de arremessos. Tinha hora em que o braço ficava queimando."
Oscar teve atuação decisiva no Pré-Olímpico da Argentina, em agosto de 95, quando o Brasil conquistou sua vaga em Atlanta.
No segundo semestre do ano passado, voltou ao basquete brasileiro para jogar pelo Corinthians, após 13 temporadas na Europa (Itália e Espanha).
Capitão e líder da seleção, Oscar é uma espécie de confidente dos jogadores mais novos, que começaram a jogar quando ele já era um ídolo do esporte.
Quando percebe um jogador abatido, logo se aproxima para uma conversa de incentivo.
"Sem prepotência, troco idéias. O resto é na quadra, com exemplo e dedicação."
A concentração na Olimpíada só é abalada pela saudade da mulher, Cristina, e dos filhos, Felipe e Stephanie.
Depois de Atlanta, Oscar deixará a seleção brasileira, promessa que já havia feito ao final dos Jogos de 92.
Mudou de posição, porque ainda estava se sentindo "útil" e decidiu aceitar o convite do técnico Ary Vidal, seu amigo.
Mas Oscar evita falar em "aposentadoria". "É triste pensar em largar o que mais gosto de fazer."
(EA)

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