São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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'Diva' é o início do fim

MARCELO REZENDE
DA REDAÇÃO

Depois de 16 anos, o que restou do cinema de Jean-Jacques Beineix, do apelo "chic" de "Diva, Paixão Proibida" (Bravo, 16h)?
Realizado em 1980, o filme parece dar as linhas gerais de um tipo de cinema que seria adotado e exaltado na década que se iniciava.
Para contar a história de um homem fanático pela voz de uma cantora lírica -e que consegue aprisionar o objeto de seu culto em uma gravação ilegal- Beineix usa todos recursos possíveis para vencer pela suposta sofisticação estética: da fotografia bem cuidada à iluminação publicitária.
O que havia de tão fascinante em Beineix (e nos colegas de geração Luc Besson e Leos Carax) era sua escolha. Oferecia uma saída (talvez não a melhor) para a produção francesa pós-nouvelle vague, dividida entre o cinema urbano, intelectual e classe média, ou produções históricas que concediam o grande espetáculo ao público.
Uma tentativa falha, com certeza. Mas é inegável que "Diva" mostra o primeiro momento de um descontentamento que, mais tarde, resultaria em filmes como "O Ódio", do estreante Mathieu Kassovitz. Curiosamente, um cinema que tenta fugir de qualquer forma de esteticismo vulgar.
(MR)

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