São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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Moda vai se apoiar em um ombro só

SUZANA CAMARÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Pernas? Peitos? Barrigas? Costas? Qual o quê. Muito mais que decotes profundos ou comprimentos salientes, os estilistas internacionais apresentaram, em suas coleções de verão e outonais, nada mais, nada menos, que ombros. Pois é. Abra uma revista estrangeira sobre moda e arme uma análise ligeira. Nove entre dez anúncios de criadores poderosos -como Giorgio Armani, Calvin Klein, Gianni Versace e Ralph Lauren- revelam fotos de modelos lindíssimas mostrando somente um de seus ombrinhos maravilhosos precariamente cobertos.
Dentro de vestidos longos ou curtos, de gala ou esportivos, blusas ou camisetas, todos amparados em uma alça só, tais beldades posam como atrevidas, lânguidas ou enigmáticas. Resumindo: fazem gênero. E não é à toa.
A moda 96 de um ombro só, diferentemente da que cobria um único ombro nos anos 70, pede certa dose de dramaticidade da parte de seu cabide ambulante. Ou seja, não ressurgiu para ser usada a qualquer hora, gratuitamente. Requer espírito e circunstância.
Daí você se pergunta. Será que a maratona de desfiles do Morumbi Fashion vai endossar tal babado? Claro que vai.
Gloria Coelho, por exemplo, já prometeu desovar criações G de um ombros só. Reinaldo Lourenço e Patachou, idem.
Conclusão: é bom começarmos a dar, antes de a primavera pintar, um bom trato em nossas espáduas.

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