São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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Empresária dá telefone para garantir empréstimo

Conseguir uma nova verba para empresa também é complicado

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Conseguir um empréstimo também pode ser tão difícil quanto renegociar uma dívida já existente.
Uma das sócias da empresa de entregas Therz Express Motoboys (SP), Cynthia Carvalho, 25, chegou a caucionar (bloquear como garantia) sua linha telefônica para conseguir um empréstimo na CEF (Caixa Econômica Federal) que, no final, não foi concedido.
"Depois de um mês de tentativas, o banco disse que não poderia liberar o crédito porque minha conta não tinha grande movimentação", afirmou.
Depois da negativa do banco, Cynthia desbloqueou a linha telefônica e fechou a conta.
"Fazemos uma análise cadastral do cliente antes de liberarmos o empréstimo. Precisamos ter rigor na concessão para evitarmos a inadimplência", disse.
Aoki nega que tenha exigido grande movimentação na conta. "Era uma conta recente. Só pedimos mais tempo para conceder o empréstimo para que pudéssemos analisar a movimentação bancária da cliente."
Segundo Cynthia, foram sete devoluções simples, que aconteceram depois de vencidos os 30 dias -prazo que a CEF havia estipulado para entregar o dinheiro. "Em todas as devoluções, regularizamos a situação no dia seguinte."
Mário César Machado, 43, um dos oito sócios de uma clínica que foi construída em Angra dos Reis (RJ), também sofre para conseguir um empréstimo.
Os médicos tentaram um crédito de R$ 600 mil do BNDES. Eles construíram um hospital de 1.400 m² e precisam de dinheiro para mobília e iniciar o funcionamento.
"O Banco do Brasil exigiu uma cautela em bens particulares. O próprio hospital e terrenos não serviram", afirma Machado.
Consultaram mais um banco e agora estão recebendo orientações do Bradesco para concluir a documentação para o BNDES.
Segundo Antônio Alberto Mazali, superintendente-executivo de crédito Banco do Brasil, o hospital não vale como garantia.
Ele explica que no caso de não-pagamento, o hospital seria arrestado (tomado judicialmente) e fechado. "Não podemos fazer isso porque fechar um hospital é um dano social", afirma Mazali.

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