São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996
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FHC quer usar BNDES para 'tocar obras'

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso quer usar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar projetos que o transformem em um "tocador de obras" em seus últimos anos de governo.
Como não haverá recursos orçamentários para aumentar investimentos, melhorar programas sociais e gerar novos empregos, FHC optou por recorrer ao BNDES.
FHC decidiu aumentar a participação do BNDES em projetos governamentais após ser informado pelo ministro Antonio Kandir (Planejamento) de que dificilmente haverá recursos orçamentários disponíveis no próximo ano para aumentar investimentos.
A Secretaria de Orçamento e Finanças já começou a preparar o Orçamento de 97, que será enviado ao Congresso até 31 de agosto.
Arrecadação estagnada
A Folha apurou que a secretaria não vê condições de aumento na arrecadação de impostos e contribuições, o que possibilitaria injetar mais verbas em programas sociais e investimentos nas áreas de saúde, transportes e educação.
Isso quer dizer que não se esperam investimentos orçamentários superiores a R$ 5 bilhões ao ano, mesmo volume programado para 96. O governo, porém, gostaria de ter recursos para investir pelo menos R$ 9 bilhões.
FHC reuniu-se no sábado com o ministro Antonio Kandir (Planejamento) e com presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, para definir os programas que terão recursos do BNDES.
Reunião
O secretário-executivo do Planejamento, Andrea Calabi, e o secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Alves Caldeira, também participaram da reunião.
Programas geradores de emprego, saneamento, habitação, recuperação de rodovias, irrigação, formação de mão-de-obra, melhoria do Sistema Único de Saúde, agricultura familiar e projetos de redução da mortalidade infantil estão entre as prioridades de FHC.
Kandir apresentou ao presidente um cenário de crescimento econômico de 4% no próximo ano.

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