São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996 |
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Pacote de obras integra a estratégia para a reeleição FHC discute com ministros prioridades para o próximo biênio SÔNIA MOSSRI
A lista inclui a conclusão da usina nuclear de Angra 2, o início das obras da usina hidrelétrica de Machadinho (na fronteira de Santa Catarina e Rio Grande do Sul), a transposição de águas do rio São Francisco, a realização do censo educacional e o assentamento de 60 mil famílias em 97. O objetivo é promover o marketing de FHC como realizador de obras, com uma promessa de investimentos patrocinados pelo governo federal superiores a R$ 40 bilhões nos próximos dois anos. Antes do Orçamento do próximo ano ser enviado ao Congresso, o que ocorrerá em agosto, Fernando Henrique pretende anunciar um plano de desenvolvimento para 97 e 98, no esforço de mostrar que não é apenas o presidente que baixou e estabilizou a inflação. Como não há recursos orçamentários disponíveis para os projetos de investimentos, a idéia do governo é anunciar uma intenção de aplicação de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de financiamentos externos, ainda em negociação. O BNDES é um instituição financeira criada para estimular o crescimento de setores básicos da economia brasileira. Os recursos para financiamentos vêm do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), retornos de empréstimos concedidos pela instituição e captações no mercado internacional -lançamento de bônus no exterior. Os projetos estão sendo discutidos com todos os ministros, sob supervisão do Ministério do Planejamento e da Secretaria Geral da Presidência. A Folha apurou que não está previsto qualquer projeto novo, mas os que já constam do Plano Plurianual de Investimentos e da Lei de Diretrizes Orçamentárias para o próximo ano. No início de maio, FHC reuniu todos os ministros e a imprensa no Palácio do Planalto para anunciar novas medidas na área social. Não houve novidade. A divulgação foi mais um esforço de marketing, o que deve se repetir com a lista de projetos prioritários. Uma das principais preocupações é com a saúde. O presidente não está satisfeito com os serviços do SUS (Sistema Único de Saúde). O Planejamento busca financiamentos junto ao Bird (Banco Mundial), BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Eximbank dos EUA (agência de desenvolvimento) para melhorar a infra-estrutura do sistema. Para 97, a idéia é acelerar a descentralização do SUS -o sistema hoje é, na quase totalidade, administrado de Brasília-, com 800 municípios aderindo ao novo modelo de autonomia gerencial. Nos últimos 15 dias, FHC começou a discutir com cada ministro a lista de projetos prioritários. O ministro Antonio Kandir (Planejamento) está encarregado de buscar meios para expandir o Programa Comunidade Solidária. Veja a seguir algumas das obras que constam da lista do Planalto: duplicação da BR-381 (Fernão Dias), entre Belo Horizonte e São Paulo; ampliação dos portos de Tubarão (ES), Sepetiba (RJ) e Santos (SP) e implantação do porto de Suape (PE); conclusão da usina nuclear de Angra 2; aproveitamento da produção de gás natural e petróleo na bacia do Solimões ((AM); aumento da geração de energia hidrelétrica com as usinas de Machadinho, Tucuruí 2 e Xingó. Texto Anterior: Ajuda desinteressada Próximo Texto: FHC insiste em mudança trabalhista Índice |
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