São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996
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Recuperados fuselagem e mais 4 corpos

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um pedaço grande da fuselagem do Boeing-747 da TWA que explodiu na quarta-feira passada foi recuperado ontem do mar por mergulhadores da Marinha dos EUA. Os corpos de mais quatro vítimas também foram resgatados.
"É um grande passo adiante", disse o diretor da polícia federal (FBI), James Kallstrom. Desde quinta-feira, nenhuma parte do avião ou corpo haviam sido retirados do mar. As caixas-pretas do vôo ainda não foram localizadas.
O Departamento de Estado afirmou não haver até agora nenhuma reivindicação de responsabilidade pela explosão com credibilidade.
Segundo um jornal israelense, a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) pediu ao governo de Israel para examinar a lista de passageiros do vôo entre Atenas e Nova York feito pelo avião da TWA antes de partir de Nova York para Paris, trecho em que ocorreu a explosão.
O jornal britânico "Sunday Times" afirmou que Israel havia avisado o governo dos EUA que um avião do país estava prestes a ser sequestrado ou sabotado.
O clima de apreensão nos EUA se manifestou ontem em vários incidentes. Uma bomba rudimentar foi encontrada perto do hangar de uma empresa de táxi-aéreo no aeroporto de Chicago. A polícia explodiu o engenho em lugar seguro.
Um vôo da empresa Mexicana foi abortado depois de telefonema anônimo ter alertado sobre uma bomba a bordo. O avião foi revistado, e nada se encontrou de suspeito. O incidente também ocorreu em Chicago. A polícia acha que não houve relação entre os casos.
Um vôo da United Airlines de Nova York a Los Angeles foi atrasado por duas horas porque um passageiro não parava de trocar de poltronas antes da decolagem. O homem foi detido pelo FBI.
O capitão de um Boeing 727 da American Airlines com destino a Dallas retornou ao aeroporto de Kansas City após ter sentido cheiro de fumaça na cabine. Nada de estranho foi encontrado no avião.
O anúncio da descoberta do pedaço de fuselagem e dos quatro corpos foi feito pelo governador de Nova York, George Pataki, durante cerimônia em homenagem às vítimas na praia de East Moriches, perto do local da explosão.
No fim-de-semana, familiares dos mortos manifestaram frustração com o ritmo da identificação e recuperação de corpos e com a falta de progressos nas investigações.
Até ontem, 55 das 230 vítimas haviam sido identificadas e 105 corpos recuperados. As autoridades dizem que o trabalho é vagaroso e, às vezes, inconclusivo. Pelo menos quatro casos de acidentes aéreos nos EUA nunca foram resolvidos. A explosão em 1985 do Jumbo da Air India só foi esclarecida sete meses depois.

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