São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 1996
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Rossi critica projeto Cingapura e promete "Casa para todos"

Pedetista diz que construirá 160 mil casas em sua gestão

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PDT à Prefeitura de São Paulo, Francisco Rossi, anunciou ontem o programa "Casa para todos", que prometeu implementar se for eleito.
A promessa foi feita em minicomício, às 15h, a moradores do Jardim Tietê (zona leste), local parcialmente ocupado por barracos, com ruas sem asfalto.
Rossi afirmou que o programa "Casa para todos" será um pacote de construção de moradias.
Prevê a continuação do Projeto Cingapura para os favelados, a construção de casa para quem vive em cortiço e paga aluguel, e o financiamento de cesta básica de material de construção para quem já tem terreno, mas não tem recursos para construir.
'Loteamento social'
Segundo o candidato, o programa prevê o "loteamento social", lotes para onde as pessoas se transferirão com seus barracos.
"Os barracos serão instalados nos fundos e, na frente, em mutirão, serão construídas as casas", afirmou o candidato.
"Eu sei que a Apeop (Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas) é contra, mas acho que o mutirão é uma forma muito válida de oferecer opção para quem tem a oportunidade de construir assim."
O candidato do PDT também prometeu "resolver o problema dos 80% de mutuários inadimplentes da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo)".
'Perfumaria do Maluf'
Rossi afirmou que construirá 160 mil casas (40 mil por ano) e disse que o Projeto Cingapura "é apenas perfumaria, marketing".
"O Maluf (Paulo Maluf, atual prefeito de São Paulo) entregará só 3.000 unidades. Isso é muito pouco para São Paulo", disse.
"A intenção dele é despertar o sonho das pessoas, tanto que em favelas de 4.000, 5.000 favelados, ele constrói prediozinhos para 80, 100 famílias."
Rossi disse que, com o programa "Casa para todos", não terá "a preocupação de fazer marketing político, gerando falsas expectativas nos corações das pessoas e sonhos irrealizáveis".
O candidato do PDT estima o déficit habitacional na Grande São Paulo em 500 mil unidades. Solucioná-lo, segundo ele, demandaria oito anos de investimento.
"Seriam necessários R$ 5 bilhões, com unidades ao custo de R$ 10 mil cada."
Rossi afirmou que o dinheiro para executar o programa "Casa para todos" viria da prefeitura, da parceria com o setor privado e de empréstimos, inclusive externos.
Sobre a possibilidade de receber a ajuda do governador do Paraná, Jaime Lerner (PDT), em sua campanha, Rossi disse que "vai entender se, de repente, ele (Lerner) não puder se empenhar".
"O Lerner tem uma dificuldade, ele precisa do governo federal", afirmou. "O Brizola (Leonel Brizola, presidente do PDT) me disse que o próprio Lerner afirmou que gostaria de participar da minha campanha", declarou.

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