São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 1996
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Rio reprova 30 tipos de xampu de cabelo

CRISTINA RIGITANO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Secretaria Estadual da Saúde do Rio está recolhendo do mercado 30 tipos de xampus de cabelo que estariam provocando irritações nos olhos e no couro cabeludo (veja quadro abaixo).
Entre as marcas reprovadas, conforme a secretaria, estão xampus da Johnson & Johnson, Gessy Lever e Monange. As empresas alegam que não há irregularidades (leia texto nesta página).
Segundo a secretaria, até o final do mês várias marcas estarão fora das prateleiras. Além disso, o Ministério da Saúde vai receber um relatório sobre as supostas irregularidades verificadas.
Segundo a Folha apurou junto ao Ministério da Saúde no Rio, o órgão deverá enviar ainda este mês ofício às secretarias da Saúde de outros Estados para que a qualidade dos produtos seja aferida e, se for o caso, eles sejam recolhidos.
A secretaria ainda não decidiu se a proibição da comercialização no Rio será permanente ou provisória, durando até que os fabricantes mudem as fórmulas.
Denúncias
A secretaria recebe em média cinco denúncias por dia contra vários fabricantes de cosméticos.
Os consumidores se queixam principalmente de feridas no couro cabeludo, ardência nos olhos e queda de cabelo.
A causa das irritações seria o excesso de componentes corrosivos, constatado nas análises feitas pelo Instituto Noel Nutels e pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde).
Mas há outros tipos de irregularidades. O xampu Opus, por exemplo, foi considerado de "teor insatisfatório" pela secretaria porque os únicos componentes encontrados foram água e sabão.
Outros produtos serão examinados. Já estão sendo analisadas amostras da tintura Rená, fabricada pelo laboratório Lic. A fórmula estaria provocando queda de cabelo (leia abaixo).
Multas
Por conta das denúncias recebidas, a Secretaria da Saúde do Rio está vistoriando 30 laboratórios que produzem cosméticos. As empresas Mont Saint Michel, em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), e Divina Dama, em Colégio (zona norte do Rio), foram fechadas.
O relatório dos fiscais aponta, entre outras irregularidades, péssimas condições de higiene e exposição dos produtos sem qualquer proteção contra ratos e baratas.
Segundo o relatório, vários lotes de cosméticos não apresentavam fórmula padrão, e muitos frascos estariam contaminados por fungos e bactérias.
A partir da semana que vem, a Vigilância Sanitária, ligada ao Ministério da Saúde, vai começar no Rio a "Operação Verão", para fiscalizar a entrada de cosméticos importados no Estado.
A Vigilância tem denúncias segundo as quais alguns produtos provenientes do exterior também causariam irritação na pele.

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