São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 1996
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Fabricantes decidem não recolher seus produtos

CRISTINA RIGITANO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Fabricantes de xampu ouvidos pela Folha disseram que não pretendem retirar seus produtos das prateleiras, apesar das irregularidades apontadas pelo Ministério da Saúde.
As empresas alegam que o ministério não apresentou motivos para apreender os cosméticos.
Monange
A responsável pelo setor de Registro de Produto da DM Indústria Farmacêutica, que fabrica o xampu Monange, Ana Cláudia Braguito, disse que o produto continuará à venda.
Ela criticou os técnicos da Saúde que constataram os supostos erros nas fórmulas.
"Essas irregularidades simplesmente não existem. Não sei por que os fiscais estão divulgando o caso. Devem estar querendo aparecer. Os lotes que eles alegam que estariam provocando irritações nos consumidores já foram retirados do mercado. Fizemos outras análises e não encontramos nenhuma irregularidade. Não há motivo para retirar o xampu do mercado", disse Ana Cláudia.
Johnson & Johnson
O gerente do departamento de Assuntos Públicos da Johnson & Johnson, Luiz Carlos Dutra, disse que a notícia causou surpresa.
Ele alegou desconhecer as supostas irregularidades constatadas pela Secretaria da Saúde do Rio.
Dutra disse ainda que não há agentes corrosivos nas fórmulas dos xampus da Johnson & Johnson.
"Essas denúncias não procedem. Nunca foram constatadas nos nossos testes clínicos e pré-clínicos irregularidades nas fórmulas dos nossos produtos. Não há casos de irritação", afirmou Dutra.
O gerente da Johnson & Johnson disse que vai procurar o departamento jurídico da empresa no Rio para ver o que pode ser feito em relação às denúncias.
A empresa não pretende retirar os xampus do mercado. A Johnson & Johnson informou que regularmente realiza testes de inocuidade e irritação nos produtos. Segundo a empresa, esses testes estariam em conformidade com os parâmetros internacionais.
Sindicato
O assessor técnico do Sindicato das Perfumarias do Rio, Sérgio Leão, disse que ainda vai analisar o laudo da Secretaria Estadual da Saúde.
"Ainda não fui informado do resultado desses exames. Dependendo do laudo, as empresas serão obrigadas ou não a retirar os produtos do mercado. Mas temos que ver se o problema foi em apenas um lote ou se é geral. Quando estiver com o resultado das análises nas mãos, vou comunicar às empresas", disse Leão.
A Folha tentou entrar em contato com o laboratório fabricante de Rená, mas não obteve êxito.
O número de telefone que consta da embalagem do produto como sendo de assistência ao consumidor não atende e o nome da empresa não consta das listas telefônicas do Rio.
(CR)

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