São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 1996
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Safra menor provoca déficit de US$ 1,5 bi

SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A queda na produção de grãos da safra 1995/1996 vai produzir um déficit (quando as importações são maiores que as exportações) de até US$ 1,5 bilhão na balança comercial agrícola deste ano.
A safra deve somar 74,5 milhões de toneladas, contra 81,18 milhões da anterior. A queda calculada é de 8,5% em relação à safra passada.
Essa queda cria a necessidade de importação de grãos para o abastecimento interno, ainda neste ano.
Importações
Segundo estimativas do Ministério da Agricultura, importadores privados devem comprar no exterior 500 mil toneladas de arroz, 2 milhões de toneladas de milho e 3 milhões de toneladas de trigo.
O secretário de Política Agrícola do ministério, Guilherme Dias, disse que o governo já contava com esse saldo negativo na balança comercial agrícola.
Os primeiros levantamentos feitos pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em outubro do ano passado, estimavam uma queda na produção de grãos entre 4,63% e 9,08%.
Com isso, o governo já sabia que seria necessário importar mais do que foi importado no ano passado.
No início do ano, a equipe do Ministério da Agricultura calculou que o déficit ficaria entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão.
Isso porque os estoques reguladores estavam caindo. Com o resultado final da safra, a estimativa permanece atual.
Soja
Guilherme Dias afirmou que essa previsão deve ser confirmada com a consolidação dos números da safra 1995/1996. A estimativa de colheita foi anunciada anteontem pelo ministro Arlindo Porto.
Para o secretário, pode haver ainda alguma mudança em relação à importação de trigo.
A estimativa do governo é importar 3 milhões de toneladas do produto.
Dias disse que se a qualidade do trigo do Rio Grande do Sul estiver melhor, os moinhos não precisarão importar. Aí, a compra do trigo seria direcionada apenas para o Nordeste.
Arroz
Outro expectativa que pode ser alterada é a importação de arroz. A previsão do ministro Arlindo Porto é que essas importações cheguem a 500 mil toneladas.
Guilherme Dias disse que a demanda pode ser menor. Dados do Ministério da Agricultura mostram que o consumo de cereais caiu desde o início do Plano Real -julho de 1994.
A importação de milho, segundo Guilherme Dias, já está sendo feita pelas empresas de comércio exterior.

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