São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 1996
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'Bicões' fazem pirataria olímpica

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto empresas pagaram milhões de dólares para patrocinar os Jogos Olímpicos, sem direito a colocar uma placa de publicidade nos ginásios e estádios, uma loja de automóveis brasileira investiu R$ 600 e teve esse privilégio.
A Mão Dupla Veículos, de Niterói (Rio de Janeiro), "contratou" um torcedor, Eduardo Sá, para mostrar uma placa com o nome da loja durante as partidas de vôlei do Brasil nas Olimpíadas.
"Não acho que estou fazendo nada ilegal", disse Fernando José Rabelo da Silva, dono da loja.
Se quisesse ser um dos 20 patrocinadores oficiais da Olimpíada, Silva deveria ter feito um investimento maior.
A Coca-Cola, por exemplo, desembolsou US$ 50 milhões. A Delta Air Lines pagou US$ 30 milhões.
Para ser um dos patrocinadores das transmissões dos Jogos pela TV no Brasil, o investimento de Silva poderia chegar a US$ 6,5 milhões, cobrados pela Rede Globo.
Para vincular um comercial de 30 segundos, no intervalo do "Jornal Nacional", da Globo, Silva teria que pagar US$ 77 mil.
O comerciante acha que seu investimento já está dando retorno. "Muita gente me contou que viu a placa", disse. Sua loja vende, em média, 12 carros por mês.
250 kg
Outro "bicão" brasileiro em Atlanta é a rede de drogarias Drogas Mil, do Rio de Janeiro.
A empresa pagou US$ 70 mil para contratar cinco pessoas para ir às partidas do Brasil com a camiseta da empresa. Um deles, Roberto Santana, que tem 250 kg, é frequentemente focalizado pela TV americana.
"Essa mídia alternativa está dando um bom retorno", disse Marcelo Bórin, diretor de marketing da Drogas Mil.

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