São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 1996
Texto Anterior | Índice

Verba para Aids; Olimpíada; Direito de greve; Argumentos demagógicos; Abobrinha; Cumprimento; Espaço adequado

Verba para Aids
"Para esclarecer fatos incorretamente publicados na reportagem 'SP deixa de usar 96% de verba para Aids' (19/7), assinada pelo jornalista Paulo Silva Pinto, ressaltamos o seguinte:
O impedimento principal não é a 'burocracia da cidade', mas sim da Lei de Licitações e as suas consequências. Quando a reportagem se refere à 'vala comum' das licitações, nós dissemos que os fornecedores prejudicam as aquisições.
Os 'um ano e quatro meses' para compra da objetiva de microscópio não foram decorrentes da 'vala comum' das licitações, mas de dificuldades dos próprios fornecedores, que não apresentaram propostas por várias vezes em que o processo de licitação foi aberto. Fato verificado em muitos outros processos.
Quanto ao 'PAS ser responsável pelo menor gasto', que 'não há apoio político ao Programa de DST/Aids' e que a 'Secretaria Municipal de Saúde poderia ter designado uma comissão de licitação exclusiva', temos a declarar, como o fizemos, que o período da gestão do secretário de Saúde, dr. Paulo Roberto Richter, vem sendo o de maior apoio político às questões referentes ao Programa de DST/Aids e foi nesse período que tivemos a determinação de uma comissão de licitação exclusiva ao financiamento do Ministério da Saúde para Aids."
José Cláudio Domingos, diretor-executivo do Programa de DST/Aids, Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia seção "Erramos" abaixo.

Olimpíada
"Parabéns à srta. Edinanci, a valorosa lutadora brasileira. Ela sim pode ser definida como uma brasileira na Olimpíada. Lutadora na concepção, contra tudo e contra todos!
A rainha de vocês, Hortência, até ontem tida como um belo exemplo, não consegue nem se desgarrar da cria, ao contrário do que aconteceu com Isabel e outras em Olimpíadas passadas."
Maurício Collus Villela (São Paulo, SP)
*
"Impressionante a falta de humildade que contagia os nossos futebolistas. Nenhum deles citou a garra e persistência do time japonês, que ganhou muito merecidamente a partida.
Como espectador, restou-me lidar (mais uma vez) com o sentimento amargo de que no Brasil as coisas podem ser mesmo assim: nós somos os melhores, mas os números vivem a conspirar contra nós."
Paulo F. Farinas (São Carlos, SP)

Direito de greve
"Não posso deixar de ficar indignado com o editorial de 20/6, onde a Folha se coloca claramente contra o direito de greve dos trabalhadores brasileiros.
Já testemunhei aqui na Europa diversas greves dos trabalhadores, inclusive nos setores considerados essenciais, e nunca vi na imprensa tratamento dessa natureza.
Talvez os trabalhadores do chamado Primeiro Mundo sejam melhores que os brasileiros. Pois ganham salários que são amplamente menos injustos que os nossos e ainda podem ter o direito de cruzar os braços como qualquer trabalhador que não é escravo, mas assalariado."
Luiz de S. Martins Filho (Toulouse, França)

Nota da Redação - O editorial "A greve e o show" apenas criticou a convocação da greve geral, considerando-a um instrumento inadequado para combater o desemprego.

Argumentos demagógicos
"O sr. Jerônimo Augusto Gomes Alves, presidente da Associação de Juízes Classistas da 2ª Região, tentando retrucar artigo meu a respeito da representação classista, repete os argumentos demagógicos de que o juizado classista significaria uma democratização do Poder Judiciário.
Quem vivencia a Justiça do Trabalho sabe qual é o tipo de 'democratização' que a representação classista traz. É a 'democracia' familiar e dos amigos.
O articulista, que aliás tem esposa e genro juízes classistas, poderia discorrer um pouco sobre a importante participação popular em sindicatos como o das empresas de roupa branca e camisas para homem, de gerentes e subgerentes de bancos, de empregados em feiras, congressos e eventos, de criadores de cavalos de corrida e outros."
Pedro Carlos Sampaio Garcia, presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região (São Paulo, SP)

Abobrinha
"Simplesmente ridícula a reportagem sobre cirurgia plástica dos candidatos a prefeito de São Paulo (23/7).
Além de discriminatória contra a candidata Erundina, que ganhou da Folha, trocando em miúdos, o título de 'candidata mais feia', a reportagem é também um desrespeito ao leitor: em vez de receber em casa informação de qualidade fomos brindados com a mais inútil e irrelevante abobrinha do ano."
Alberto Tosi Rodrigues (Campinas, SP)

Cumprimento
"O artigo de Iván Izquierdo de 14/7 é uma das melhores coisas que já li até hoje."
Emerson Rodrigues de Oliveira (Goiânia, GO)

Espaço adequado
"A gravidade da situação dos bibliotecários, que trabalham, como já se sabe há muito tempo, em ambiente insalubre, finalmente teve o espaço adequado na imprensa, com a publicação da reportagem de Abnor Gondim (22/7).
O Conselho Federal de Biblioteconomia, a imprensa e outras instituições estão cumprindo seu papel ao denunciar e exigir uma atitude do Ministério do Trabalho em relação às condições de trabalho e às doenças profissionais dos bibliotecários."
Vera Stefanov, presidente do SinBiesp -Sindicato dos Bibliotecários no Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Texto Anterior: O álcool em Istambul
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.