São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 1996
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Avião de FHC sofreu risco de acidente

Incidente aconteceu no dia 5 de junho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Boeing 737 que transporta o presidente Fernando Henrique Cardoso se envolveu em um incidente com um Fokker 100 da TAM em 5 de junho passado. A informação foi divulgada pelo jornal "A Tribuna", de Santos.
As 13h30 do dia 5, logo após ter decolado, o avião de FHC cruzou com o jato da TAM a uma distância de 1,5 milha náutica (2,77 km).
As normas de tráfego aéreo recomendam que o avião presidencial mantenha distância de pelo menos 20 milhas náuticas (37 km) de outras aeronaves.
O Boeing da FAB (Força Aérea Brasileira) levava FHC de Brasília a São Paulo para assistir ao velório do diretor do jornal "O Estado de S. Paulo", Júlio de Mesquita Neto.
No dia do incidente, o presidente não foi informado do risco por que havia passado. FHC só ficou sabendo do problema quando a notícia vazou para a imprensa.
Segundo a Folha apurou, o governo considerou o incidente "muito grave", demonstrando que a Aeronáutica não estaria preparada para atender vôos presidenciais de emergência.
O piloto do Boeing presidencial, José Montgomery Mello Rebouças informou a torre de controle do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) que as aeronaves estavam próximas demais. A torre respondeu que estava ciente, mas não solicitou mudança de rota.
Sem radar
Em 5 de junho, os radares do Cindacta 1 que permitem o acompanhamento visual do tráfego aéreo estavam desligados para manutenção. Todo o controle do pouso e decolagens das aeronaves estava sendo feito por rádio.
Segundo o Cecomsaer (Centro de Comunicação Social do Ministério da Aeronáutica), como as condições meteorológicas eram "excelentes", a não-utilização do radar não comprometeu em nada a segurança do presidente.
O piloto do avião enviou reclamação sobre o incidente ao Cindacta 1. O órgão designou uma equipe para analisá-la e adotou medidas para aumentar a segurança, sem especificar quais.
A TAM não considerou que tenha havido risco de colisão. Segundo a assessoria de imprensa, o aviador da empresa não sabia que o avião da FAB transportava FHC.

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