São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 1996
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Escobar ameaça parar de fazer o Fiac

DANIELA ROCHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Este ano pode ser o último do Fiac (Festival Internacional de Artes Cênicas), organizado pela produtora cultural Ruth Escobar, 61.
Em entrevista coletiva para anunciar as atrações da 6ª edição do festival, que começa no dia 17 de agosto, Escobar afirmou que se o governo não definir uma política cultural para tornar viável a produção de um evento do porte do Fiac, ela pára de organizar o festival internacional.
"Apenas a Lei Rouanet não resolve. Conseguimos o aval do Ministério da Cultura e temos que visitar 50 empresas para conseguir pequenos patrocínios de duas delas que topam", disse.
Se for definida uma política cultural pública, o Fiac vai continuar, só que em formato bienal.
Destaques
O festival deste ano terá 14 grupos estrangeiros, três nacionais e uma co-produção do Brasil com a Alemanha.
O festival foi orçado em US$ 3,5 milhões, segundo Escobar. "Um festival desse porte em Avignon custaria o dobro. Nos países de Primeiro Mundo existe uma consciência de que investir em cultura traz desenvolvimento."
Ruth Escobar destaca entre as atrações do festival deste ano o espetáculo "20/20 Blake: A Virtual Show", do diretor norte-americano George Coates.
O espetáculo fará sua estréia mundial no Fiac. "Coates é um gênio da utilização da informática e da técnica de holografia para espetáculos de teatro", afirma a organizadora.
Ele utilizará pinturas e desenhos do poeta e artista inglês William Blake em projeções tridimensionais no palco.
No período em que estiver no Brasil, Coates deve oferecer workshops a artistas gráficos brasileiros, no Studio Cristina Mutarelli. Também fará uma palestra aberta ao público: "O Diálogo das Artes com a Ciência e a Tecnologia da Informação no Final do Século 20", no dia 7 de setembro, no Studio (telefone para informações é 011/885-7454).
Dois outros espetáculos estrangeiros são considerados destaque desta edição. "Decodex", de Philippe Decouflé e Companhia DCA, da França, e o chinês "Dong Gong, Xi Gong", do cineasta Zhang Yuan.
Os espetáculos brasileiros que se apresentarão no festival são "Nowhere Man", de Gerald Thomas, "U Fabuliô", dos Parlapatões, Patifes & Paspalhões, e "Babachdalghara", do Grupo Oficcina Multimédia.
"O critério utilizado para a escolha dos espetáculos nacionais e estrangeiros é que eles sejam provocadores, que sejam de excelência, que façam você acordar. Cada peça deve provocar um susto no espectador", afirma.

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