São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996
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Tiroteio deixa 3 mortos e 1 ferido em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois minutos de tiroteio em São Paulo deixaram três homens mortos, um PM ferido no peito e uma veraneio C-20 da PM perfurada por mais de 40 tiros. Um quarto homem foi preso, e outro escapou.
O cabo Joselito Moreira Fortes, 36, só não morreu porque a carteira com documentos amorteceu o impacto de um tiro, impedindo que a bala furasse seu peito. Ele havia sido feito refém pelos acusados.
A ação começou quando uma veraneio do 3º Batalhão da PM passou em frente a uma casa na rua Jean Bormam, no Parque Bristol (zona sul de São Paulo).
Três homens estavam em frente à casa e se assustaram. Os PMs pararam o carro 20 metros adiante e, após três minutos, voltaram.
Segundo o sargento Luiz Tadeu Molina Gomes, 33, chefe da veraneio, quando retornaram, viram os homens correr para a casa.
"Uma mulher nos recebeu e disse que não havia ninguém. Insistimos, e os três saíram da casa."
Enquanto eles eram revistados por dois PMs, o sargento e o cabo entraram na casa.
O sargento estava na cozinha quando o cabo entrou no quarto e teria sido rendido por dois homens -um com uma metralhadora, e outro com uma pistola.
O sargento avisou os outros PMs e se escondeu atrás de uma Kombi com um acusado -o único preso.
Um membro do grupo entrou na veraneio da PM, e os que mantinham o cabo como refém foram em direção ao veículo.
Quando entravam no carro, o cabo levou uma coronhada. Ele reagiu, deu uma cotovelada em um dos acusados e correu. "Daí, ele atirou em mim", disse o cabo. A bala ficou presa em sua carteira.
Ao tentarem fugir com a veraneio da PM, o sargento saiu de trás da Kombi e descarregou a metralhadora. Ao mesmo tempo, os dois outros PMs atiraram. Dois acusados foram baleados no carro.
A veraneio parou dez metros adiante. "Um deles saiu atirando. Acertei-o com o revólver calibre 38", disse o sargento.
Armas
Os policiais encontraram com o grupo um fuzil, duas metralhadoras, uma bomba acionável por controle remoto com a inscrição CV (que significaria Comando Vermelho), cinco pistolas, um revólver e uma centena de projéteis.
Eles também apreenderam cinco capuzes, três coletes à prova de bala, um colete da Polícia Civil, dois telefones celulares e três carros.
Um dos mortos era acusado de ser um dos maiores ladrões de banco do Estado: Fernando Pesco, conhecido como Testa.
A PM preservou o local do tiroteio. O quarteirão foi isolado, e os corpos de dois acusados ficaram no local, aguardando o exame da perícia. Um terceiro foi levado para um hospital, onde morreu.

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