São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996
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Criança vê o mundo com olhos de adulto

CÁSSIO STARLING SANTOS
DA REDAÇÃO

O cinema dos países nórdicos padece de infantilismo. "Juro por Deus", longa de estréia do norueguês Marius Holst, segue a trilha de "Minha Vida de Cachorro" e "Crianças de Domingo".
A infância já serviu de inspiração para belos filmes. Lembre-se de Antoine Duhamel, herói de "Os Incompreendidos", ou das fábulas espanholas de Carlos Saura -"Cria Cuervos"- e Victor Erice -"O Espírito da Colméia".
Mas os cineastas do norte parecem obcecados em refazer "Fanny e Alexandre", de Bergman.
"Juro por Deus" tem o pequeno Otto como eixo de sua fábula. O filme abre com uma metáfora: Otto adora futebol, mas seu time não sai da regra três. Assim, o diretor exibe sua "idéia" de exclusão.
Daí em diante, Otto vai aprender que o mundo não é exatamente amigável. O que emperra o filme é sua incapacidade de encontrar um olhar à altura da infância. Seu herói vê o mundo como um adulto que tenta acertar as contas com um passado não muito doce.
(CSC)

Filme: Juro por Deus
Produção: Noruega, 1995
Onde: a partir de hoje, no Cinesesc

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