São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Jacqueline se vê num filme

DO ENVIADO A ATLANTA

Para Jacqueline Silva, a conquista de medalha de ouro e de prata por duas duplas brasileiras encerra a hegemonia das jogadoras dos EUA no vôlei de praia.
Jacqueline, que prefere ser chamada de Jackie, apelido que adotou ao jogar nos EUA por sete anos, diz que teve que convencer até sua parceira, Sandra, de que as jogadoras dos EUA não deviam ser temidas.
"Todo mundo, no Brasil, achava as americanas imbatíveis. Eu dizia para a Sandra: 'Quando você olha a sombra de um gigante, olhe para o sol que pode ser um anão'. Provamos isso hoje", disse Jacqueline.
*
Pergunta - Como se sente a um dia de disputar a medalha de ouro?
Jacqueline - Me sinto ótima. É como um filme. Estou muito feliz, mas que queria que já fosse amanhã (hoje).
Pergunta - A norte-americana Barbra Fontana disse que você é a melhor jogadora de vôlei de praia do mundo. Concorda?
Jacqueline - Acho que tenho a melhor parceira do mundo. Formamos uma boa dupla. Sou uma boa jogadora também.
Pergunta - Você ficou surpresa com a facilidade encontrada no jogo contra as norte-americanas?
Jacqueline - Não foi fácil. Tenho muito respeito pela Linda Hanley. Ela parece um tigre, nunca pára, está em todos os lugares da quadra. A gente queria acabar logo com a partida, mas nunca sentimos que fosse uma partida fácil.
Pergunta - As norte-americanas te decepcionaram neste torneio?
Jacqueline - Quando voltei ao Brasil, há três anos, todas as jogadoras brasileiras consideravam as norte-americanas um exemplo, um modelo. Muita gente achava que elas eram imbatíveis. Mas o nosso nível começou a subir. Hoje há pelo menos quatro duplas brasileiras que podem ganhar das americanas.

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