São Paulo, domingo, 28 de julho de 1996
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Carolina, 17, trabalha com pai desde os 14

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Carolina Calanca, 17, começou a trabalhar com 14 anos na loja de discos do pai, Luiz.
No ano passado, quando os pais tiraram férias, Carolina "assumiu" a loja e chegou até a demitir uma funcionária. "Foi a coisa mais adulta que ela fez. Já estávamos pensando em demitir a menina, mas não tínhamos coragem", diz Luiz, 43.
Para ele, Carolina "é muito séria". Reclama quando ele ou a mãe fumam, fica incomodada se alguém faz alguma piada racista e não tem nenhum vício.
"Não gosto de beber nem de fumar. Não tem graça."
Seu único pecado é colecionar relógios. Tem oito da marca Swatch, sua preferida.
*
Trabalho
Carolina - Me preocupo em conseguir um emprego legal. Hoje em dia é difícil ser independente sem ter um emprego bom.
Luiz - Não me preocupava com isso. Quando tinha a idade dela, eu trabalhava, mas tudo que ganhava eu gastava em disco.

Namoro
Carolina - Eu namoro sério há dois anos (2º namorado) e gosto muito dele.
Luiz - Eu tinha muitas namoradas. Mas com nenhuma era sério. Eu fazia bailinho, e sempre tinha muita garota (risos).

Casamento
Carolina - Acho que daqui a algum tempo vou querer morar com alguém.
Luiz - Acho que casei por necessidade. Eu brigava muito em casa, e minha mulher, também.

Drogas, álcool etc.
Carolina - Não gosto não. Principalmente de bebida alcoólica, que é uma droga legalizada. Experimentei maconha com a mamãe, mas também não gostei.
Luiz - Eu trabalhava em farmácia. Por isso, vivia dentro da 'horta'. Provei muita droga, mas não continuei. Não recomendo.

Vaidade
Carolina - Gosto de comprar roupa e relógio. Tem dia que estou com espírito de ficar toda arrumadinha, comprar roupa nova.
Luiz - Não era vaidoso, mas gostava de usar calça Lee.
(LM)

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